Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

"Ora... "Toma""!....


Ora, ontem, lá veio ele de TOMA, era para ir ter à escola da irmã.
Tínhamos , visto o horário e paragem, no dia em que se molhou.
Mas este meu rapaz lembrou-se de alterar os planos, e vai de apanhar o TOMA, noutro lugar, porquê nesse local tinha duas possibilidades em vez de uma.
Só que eu já lhe havia dito que não gostava que ele fosse para aquela paragem ,porquê têm de atravessar a mata ( e expliquei-lhe as razões).
Mas o teimosinho, foi para aquela. É que quando entra alguma coisa naquela cabeçita é de ideias fixas...
Na hora a que deveria estar a chegar à escola da irmã, ainda estava na paragem, ainda por cima ali que a volta é maior ,iria chegar 30 minutos depois.
Valha-nos o telemóvel, que ele lá ligou para nos avisar.
Mas quando chegou a casa não se livrou do ralhete.
Porque não tinha feito como nós tínhamos combinado.
Lá veio ele com o seu "chorrilho" dos "Se"
-Se chega atrasado.
-Se chega adiantado.
-Se isto, se aquilo!....
E eu contraponho , que nem sempre duas hipóteses, são melhor que uma.
E que a primeira hipótese, que tínhamos colocado era melhor.
-Mais desculpas , é mais longe (diz ele)
- E continua dizendo e ainda tenho de atravessar mais estradas( essa parte, eu também tenho medo, por ele andar sempre de cabeçita no ar).
Ainda assim não desarmei e insisti que a melhor solução teria sido vir pelo estipulado.
Já estava ele aos gritos, a querer fazer valer os seu ponto de vista, repetindo asperamente os seus "Se".
Até o pai o alertou. Então! Bruno!...
Ele nunca foi, nem é agressivo, mas ontem apetecia-lhe falar mais alto, como se assim fosse melhor escutado.( o que até acho esta atitude normal), mas não vinda dele.
Depois lá acalmou e para premiar a mãe até me limpou a loiça. rsss

8 comentários:

AvoGi disse...

O bisalho está a tornar-se galo. Já levanta a crista. :) sem ofensa.

Anónimo disse...

Eu hoje ia a explicar à minha mãe e disse que o caminho para o hospital era mais perto que aquele que a minha mãe insistia para eu ir, no entanto, hoje o portão de entrada na mata estava fechado por isso não conseguimos passar. se não eu teria explicado-lhe o caminho. Depois eu quis ir pelo parque da cidade para não ter de atravessar muitas passadeiras mas mesmo assim tive de atravessar passadeiras.

Mina disse...

Avogi

Ora nem mais, quando teima teima mesmo e ainda não se deu por vencido kkkk
Hoje, já ia preparada, para tirar a"prova dos nove", mas como ele explicou não deu rsss
Já ia de cronómetro, para tirar o tira teimas.
Mas ainda havemos de testar e ver a diferença.
Olha que dois rsss
bjocas

Atena disse...

Olá Bruno,
é comum as personalidades fortes insistirem numa ideia... e depois se ela falha é dificil admitir. (Outras vezes até estão certas e sabe bem ser teimoso)! Eu também sou um pouco assim, mas com o passar dos anos fui aprendendo a ser menos insistente, ou teimosa, porque é mau os outros aborrecerem-se connosco só pela nossa teimosia - é melhor estar em paz, embora devemos sempre conversar e mostrar a nossa opinião.
È feitio, Bruno, mas as mães normalmente querem sempre o melhor para nós e podemos sempre ouvi-las com atenção... porque quase sempre têm razão.
Um grande beijinho para ti, e para a mãe Mina.
Cristina

Mina disse...

Cristina
Depois da teimosia, vem o obsessivo, que não lhe permite que por muitas explicações que se lhe dê, aquela vai ser sempre a que ele julga melhor. Não têm a nossa capacidade de fazer o juízos de valor, nem em relação ás pessoas nem aos factos... Eventualmente só se demasiado evidentes.

De qualquer das formas ambos os percursos me parecem perigosos para ele, por razões diferentes, um pelo isolamento e falta de iluminação.
O outro por excesso de tráfego que para ele também se torna perigoso atravessar as estradas, mesmo na passadeira que anda sempre muito áreo.
Bjocas

Ray Gonçalves Mélo disse...

Oi Mina,
Eu sei que nós as mães temos muito cuidado com nossos filhos e até exageramos nisso por conta das dificuldades dele.
Mas eu achei positivo o modo como ele soube se conduzir. O percurso esperado era normal, houve no entanto os contratempos do portão da mata que estava fechado. E por isso para não demorar mais ainda , o Bruno então foi pelo Parque da cidade. Raciocinou bem. Só que mamãe Mina que não está acostumada com este voô mais alto de Bruno, se extressou e ficou com o coração na mão.
Entendeu Bruno? Não é por mal que ela ralhou contigo, mas foi porque voce não está acostumado a fazer isso.
Mas eu gostei da sua explicação. Muito centrada na realidade.
Voce vai crescer mais e ficar mais adulto e se der mais segurança para onde vai e se não for perigoso , igual aqui no Rio de Janeiro, acho que ela não vai ralhar mais. Se bem que esta bronca é puro amor!
Filipe jamais vai fazer isso , pois não tem a sua noção, não sabe ligar o celular para avisar, até porque não fala. Conhece toda a cidade aponta todo o percurso, mas não sabe avisar.
Mas Bruno jamais saia sòzinho, é perigoso.
Mina, no post do site falo de dermatite atópica, e Lisa B. deixou comentário sobre uma malha, voce sabe mais sobre isso?
Beijos.
Ray

Mina disse...

Ray
Nem ,mais queremos deixa-los soltos, mas temos de ter precaução e ficamos sempre preocupadas.
Não é por serem adultos, que conseguem autonomia, mas temos de gerir para que tenham alguma.
Quando o portão estava fechado era para fazer o teste , já com a mãe rsss
Que de véspera ele passou pela mata sozinho, para evitar as zonas de carros, pela mata pode ir na "galaxia" dele.rsss
Felizmente que ele consegue comunicar, mas nem sempre leva o telemóvel, e podia ficar sem bateria, já pareço ele com os "Se" rsss
Depois do raspanete e de caír em si, limpou os tachos, que o resto da loiça vai para a máquina...
Já deixei o meu comentário na Arte e Autismo, não é muito contributivo, porque é um assunto sobre qual pouco sei.
Porque a nível de doenças da derme, é um mundo enorme, com variadissimas causas e efeitos...
bjocas

Anónimo disse...

Ray,
A minha mãe tem medo que alguém me faça mal por isso não quer que eu vá pela mata porque passam lá poucas pessoas. Se eu for por uma rua onde passe muitas pessoas a minha mãe já não se preocupa muito porque já não é tão perigoso porque as pessoas que passam lá veem o que se está a passar e chamam a polícia.
Beijos