Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

sábado, 28 de abril de 2018

Ser Cuidador



Cuidar, é contribuir para a melhoria de qualidade de vida das pessoas, que por vicissitudes da vida necessitam desse apoio próximo efectivo e essencialmente afectivo.
Revertendo para o nosso caso específico, posso dizer-vos que sou uma pessoa com sorte.
No espectro do Autismo existe uma tabela que classifica: Severo-Moderado-Leve. Ainda assim dentro destes parâmetros são todos diferentes.
Eu diria que o meu filho está entre moderado e o leve.
Tem alguma comunicação, o que não quer dizer, que saiba comunicar de forma formal.
Sabe falar muito bem, é capaz de saber coisas inimagináveis, mas não tem capacidade de argumentação, iniciativa, imaginação…
Imaginem a confusão que provavelmente irá naquele cérebro sempre ocupado com os climas e a fixação em estar continuamente a falar no mesmo assunto.
Alargar-me-ia em outras considerações: os movimentos estereotipados, físicos e vocais, muitas vezes incompreensíveis (para quem não lida) com esta “orquestra”, que acaba por nos esgotar, senão tivermos a capacidade de “desligar”.
O maior desgaste, é mesmo o psicológico.
Felizmente não precisa de apoios a nível físico, mas precisa de uma orientação diária, para todas as actividades comuns e normais do dia a dia.
Simplificando, imaginem que as vossas pernas querem movimentar se e não conseguem (há casos desses). Neste caso o cérebro tem lá todos os comandos, mas não sabe utilizá-los.
Confusos!? Talvez por isso, as perturbações do Autismo, ainda sejam um enigma.
Cuidar é estar presente 24 sobre 24 horas por dia disponíveis, (sem nenhum rendimento, abdicando desses valores, a favor deste amor),tenho o privilégio de sermos cúmplices e partilharmos, muitos momentos felizes.

Mina e Bruno Viana


Estatuto do cuidador informal JÁ

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Pré-Operatório


Sem tempo para ir actualizando o blogue.
Já passaram 6 meses da cirurgia ao septo nasal, foi precisamente no dia 26 de Outubro de 2017.
Tendo sido adiada uma semana, a ansiedade, agravou-se o sistema nervoso, provoca lhe idas constantes ao WC.

Como correu o dia do internamento : No dia marcado para o internamento o tempo de espera longo para a entrada na enfermaria, levou a  uma frequência ainda maior de idas ao WC.
O medo apoderou-se e numa dessas idas, saiu das instalações do hospital, numa corrida desenfreada.
- Argumentado que já conseguia respirar.
Queria desistir da operação.
-Então tens de ir falar com a médica e perdes a oportunidade, com tantas pessoas em lista de espera.
Duas horas depois, já na enfermaria, voltou a quer fugir, acabando por esconder-se numa das salas, depois de por todo pessoal em alvoroço a fechar as portas.
Só depois de uma pequena sedação conseguiu acalmar um pouco.