Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

sábado, 26 de julho de 2014

" A morte"

A morte, é algo , que nos assusta, vê-la por perto.
Principalmente, quando acreditamos na vida, e fazemos estatísticas com as probabilidades, de que só acontece, a partir de determinada idade, salvo raras excepções acidentais.
Falamos muitas vezes na iminência dela, e na garantia de que ninguém é eterno.
Que é necessário, estar preparado, para alguma independência.

Até hoje, o Bruno, não tinha estado em nenhuma cerimónia fúnebre, nunca sabemos com vai reagir  à dor dos outros, com sua sinceridade, pode às vezes ferir as  susceptibilidades ( como um simples, porque que choras).

Não que lhe tenha sugerido. Mas cada vez, me acompanha mais, também não o coibi, de ir.
Ontem, apenas passamos, no velório, para dar um beijinho, à  filha, da defunta, que é nossa vizinha, mas nem conhecíamos a defunta ( na minha opinião deve-se cuidar dos vivos,para os mortos chegou a hora).
Embora seja duro, para os familiares , mais próximos, mesmo quando se , já está preparado, para receber a noticia.

Estava , muito curioso, mas foi entrada por saída, queria aproximar-se da urna, que não achei conveniente, não conhecendo a senhora, e  mal a família, não é hora de fazer testes, deve respeitar se a família.
Embora, saibamos, que muita gente, só lá vai, para ficar na estatística .

Esta manhã, fomos assistir, à missa de corpo presente, e ao enterro, e falamos mais um pouco sobre a morte, a matéria do nosso corpo, que se vai decompor com tempo, trouxe-lhe à memória a avó, que já não está connosco faz  12 anos, e que já devia ter sido levantado o corpo ( mas ainda não foi, a matemática, nem sempre é exacta).

A reter, que estava com atenção , à missa , deu pela falta da palavra Ámen, no final do Pai Nosso ( que pelos vistos, já não se  usa).

Ficou, mais perto, de uma realidade, que um dia todos teremos como destino, a última morada.





terça-feira, 22 de julho de 2014

"Uma palavra a dizer"


Sempre que possível, e , o tema nos interesse, assistimos aos eventos realizados, pela associação viver o concelho ( movimento de cidadãos,  sempre com temas pertinentes).
A que qualquer um pode assistir, independentemente da sua raça, credo politico ou religioso.
Não sou de todo inocente, ou ignorante,e o cariz politico é dominante ( apesar de não me sentir seduzida por essa vertente politica), são momentos de reflexão, cidadania  e  cultura inequívocas (ainda por cima à borla).

Estas sessões realizam-se mensalmente, nos dias 21 ás 21 horas  ( com pausa em Agosto, já uma preocupação para Bruno :), cuja calendarização é um acto importante .

Mas o que vinha aqui mesmo falar, era sobre a intervenção do Bruno , na temática abordada ontem " 100 anos depois de 1914",  com o professor doutor Luís Mota, um século de história, por onde passaram duas guerras mundiais...

Com a sua voz, sempre poderosa , quando estavam a falar das colónias e países  colonizadores, deu para ouvir, que ele disse: " que  a Índia, tinha sido colonizada pelos Ingleses", mas isto, era só para a mãe ouvir :).

A questão que ele levantou, embora de uma forma atabalhoada, e foi exactamente assim :
-Ouvi dizer!Que a Alemanha atacou a Madeira! É verdade ou não!?
Podia, não questionar, mas estava no seu direito , de ter a palavra, eu, como sempre fico perplexa, e acho que a plateia, ficou admirada ;)
De onde ele tira, estes conhecimentos, ferramentas, que não sabe usar, mas, que as tem, nesta, e noutras matérias (esta é sua forma de comunicar, com peças soltas, apanhadas, aqui e ali)., que espero as pessoas consigam perceber, apesar de parecer banalidades.

Ainda, deixou, no ar a observação, de poder ter ocorrido, uma terceira guerra mundial, aquando dos atentados do 11 de Setembro.

O certo, é que mundo, anda em constante convulsão. e que todos temos uma palavra a dizer.
Que as criticas, e parcerias sejam construtivas e inter-activas.
Que ninguém puxe o "gatilho"...

Links , não terá sido daqui que ele ouviu ou viu...


sexta-feira, 18 de julho de 2014

"Verão Total"


Os desígnios do autismo, trazem com ele dificuldades de comunicação, inter-acção e relação.
Quis o destino, que na minha vida ele entrasse de forma meiga e tranquila, não que o tivesse escolhido, mas lido  serenamente com  ele (autismo), e não seria a mesma pessoa, sem esta criatura pura na minha  vida..
Contrariando, estes desígnios, cultivei nele a  linguagem dos afectos, e uma vontade de comunicar, e ser feliz.
Pelo discurso, parece linear, e fácil, mas, nem sempre é.
Que, por mais que incutamos neles, os nossos princípios, eles podem ser levados a extremos, e a falta de noção do ridículo, pode levar a situações caricatas e despropositadas ( o que não foi o caso).
Embora evidentemente, seja notória nele, esta síndrome particular, e esta forma peculiar de comunicar.
Tento sempre moderar e controlar , não deixar que o ímpeto, e vontade de conhecer famosos,  falar com eles, (naturalmente, sobre  as coisas que ele  sabe da carreira deles, e habitualmente sabe muito)  o leve a fazer figuras ( das quais, o pai, foge a sete pés).
Apesar da minha vergonha, e algumas vezes medo, dessas figuras, não o posso paralisar, e não deixar que tenha contacto com as pessoas, da forma que ele consegue, com aquele tom de voz,  aquelas conversas que ás vezes podem parecer fora contexto, nem sempre , o são.
São no contexto dele, e dos conhecimentos que ele têm da carreira das pessoas, que interpela.
Hoje, o contemplado foi o Herman José, que esteve apresentar o "Verão Total", na Foz do Arelho.
E ,que por sinal, faz anos, no mesmo dia,  que este nosso rapaz, e começou por aí o tema de conversa, por essa afinidade de calendário...
Vieram a seguir, os temas musicais imortalizados pelo artista, os programas de TV que apresentou e os personagens que interpretou,  revelou-se mais um fã, do humorista e apresentador.

"Ora, dá cá um, a seguir dá outro, ora dá, mais um, só dois é pouco" Música do Beijinho (Herman José)



Nota de rodapé- Obrigado ao  Herman José, pela simpatia, e a disponibilidade, ( sem vedetismos) em corresponder a este seu fã especial, que gosta muito de  espectáculos, e de humor...
Embora nem sempre entenda esse humor, que é muito difícil alguém no espectro do autismo entender os sub-entendidos, onde muitas vezes se escondem as piadas subtis.
Este obrigado, e texto são da mãe, que a única coisa, pode fazer é tornar a vida deste filho Feliz. ( mesmo fazendo figuras) :).
E ele ficou muito Feliz, com aquele bocadinho de inter-acção ( só ficou, com pena, não ter aparecido na TV.
Mas ficam estas , fotos que registam o momento e a cumplicidade :)

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Beira Litoral


A região, mais bonita de Portugal.
Em Mira há uma ciclovia muito bonita.
A região da Beira Litoral, tem muitas praias marítimas e fluviais
É na  Beira Litoral, que se situam em aldeias de xisto.
Na Beira Litoral, há muitos locais onde se pode fazer piqueniques.
A região da Beira Litoral, é banhada, pelos rios Mondego e Ceira.
Coimbra têm muitos jardins, entre eles está a mata do Choupal, junto ao Rio Mondego.
Têm lá uma reserva natural do Paul da Argila, onde se podem observar aves.
A Ria de Aveiro e Pateira de Fermentelos, são outros destaques da região.
O parque de Curia, a Mata do Buçaco ou parque  La Sallette em Oliveira de Azemeis, são outros destaques, numa região onde há muito para ver.
No que diz respeito á gastronomia os Pasteis de Tentugal e o Leitão da Bairrada e os Ovos Moles de Aveiro, são os principais destaques.

Texto do Bruno Junho  2014

Os interesses, são diversificados, aqui está mais um as viagens, e o conhecimento, não que conheça todos estes lugares de uma forma factual, que do que escreveu, só conhece Aveiro, Mira e Coimbra :)...
O resto, é através da Internet, que se farta de viajar :)
Ainda, vai , para guia turístico :)

Mãe Mina

quinta-feira, 10 de julho de 2014

"Futebol Antigamente"

Não havia substituições, se um jogador se lesionasse, e não conseguisse continuar em campo, a equipa, tinha de jogar, com menos jogadores, o mesmo ainda acontece, e a equipa já tiver esgotado as substituições.
Não havia cartões, antigamente o arbitro apenas advertia os jogadores verbalmente, uma vez que não havia cartões amarelos , e mandava para rua os jogadores (ordem de expulsão), uma vez que não havia cartões vermelhos.
Não havia desempate, por grandes penalidades, nas finais se houvesse empate, havia uma finalíssima e na finalíssima jogava se indefinidamente até a equipa desempatar.

Textos Bruno V. Junho 2014
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Campeonato Regional de Lisboa
 O campeonato de Portugal, prova antecessora da Taça de Portugal
Os cinco violinos
Belenenses campeão
A Taça Latina , prova antecessora da Taça dos Campeões Europeus
A Taça das cidades com feira, prova antecessora da Taça UEFA
Os Gloriosos anos 60 do Benfica
O Cantinho do Morais que valeu a Taça das Taças
A maior goleada da história das competições Europeias
Quando os golos do fora, não valiam
A Taça das Taças ganha pelo Sporting, o único troféu internacional oficial ganho pelo Sporting
A maldição de Bella Guttam
Os magriços do Mundial de 1966
As botas de oura do pantera Negra, e Bola de Ouro
O melhor Benfiquista de todos os tempos : Eusébio
Pequenos entre os grandes
Finais Europeias no seu próprio estádio
Pinto da Costa
Corrupção
Final (quase ) Portuguesa
Europeu cá em Portugal
Quando, só os pontos valiam na classificação, depois passou também a valer a diferença entre golos marcados e sofridos, e mais tarde os golos sofridos e mais tarde o confronto directo.
Começa e acaba com uma derrota
O Boavistão de Jaime Pacheco
18 anos depois

 Textos Bruno V. Junho 2014

Transcrição integral ,de papéis do Bruno, não sei muito bem qual o critério ou selecção, e quais as suas inter ligações.
Que está tudo ligado com futebol percebo,e uma analise histórica e não só do mesmo.
Esta é a forma dele elaborar, o pensamento, através da escrita e fazer os seus encadeamentos.

Mãe Mina

quarta-feira, 2 de julho de 2014

"Crer!Ou Não crer!"

Num país, onde a religião católica, é dominante...
A minha geração, foi criada, a frequentar a igreja, de uma forma imposta éramos baptizados, fazíamos a comunhão, íamos à  missa aos domingos...(não, nos fazia mal nenhum, embora não fosse escolha nossa).
Cresci, e comecei a observar, e ver a igreja com outros olhos, não a parte sagrada, mas toda a involvência que afinal,não era assim tão sagrada.
Optei, por me afastar, da chamada casa de Deus, mas, a ter a minha própria fé, que se basea nos princípios em que acredito ( do bem).
Sempre, que me sinto, mais em baixo recorro, à fé, e esperança,e vou buscar ao meu remanescente, aquelas aprendizagens e orações que aprendi, procurar forças, para me reerguer.
Nunca, impus, ou levei os meus filhos, ao que querer que fosse, a escolha deve ser deles (embora que gostasse, que tivessem pelo menos fé).
No entanto, o Bruno, por ser o meu eterno companheiro, acaba por ser sempre  "arrastado", para todos os locais onde eu vou.
Este fim de semana, visitamos a tia, que ia, à missa.
-Vamos contigo.
Sentamos na última fila, não fosse necessário, sair-mos mais cedo.
Durante uma hora, o Bruno, e eu própria, tentamos acompanhar os cânticos e as orações, algumas ainda me vinham à lembrança do passado.
O Bruno, sabia o pai nosso, e era ouvi lo a sobressair, no tom de voz :) , como quem diz, esta não tenho de esperar, para acompanhar.
Resumindo, esteve uma hora a assistir, na mais completa tranquilidade, imitando todos os gestos.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Desafio

Os gostos, que partilhamos...
Aquele, abraço, reconfortante, aquela palavra amiga, na hora certa...

Caminhar, em qualquer lugar, no campo  ou  à beira mar...
Picnicar, ao ar livre, sentir a natureza e o seu chilrear
Croché, e trabalhos manuais simples, pôr as mãos a trabalhar.
Dormir, sonhar... 
E principalmente, e mais que tudo, dos meus filhos.
Só. fica, aqui a imagem de um, o que dá origem a este blogue, com as sua capacidades, para a representação, à irmã reserva-se o direito de não querer ser exposta.

E aqui ficam, os meus gostos, que estão intrinsecamente ligados às pessoas, ,as relações que criamos, mesmo num mundo virtual, elas fazem sentido, e tal como mote do blogue, é uma relação de coração aberto.
Esta partilha, também o é...prima Fê