Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

"Economicista"


È uma grande ajuda quando vou à compras.
Muito mais solto do que à uns anos atrás.
Peço-lhe muitas vezes para ir buscar alguns produtos.
Principalmente os que são para uso dele, cereais ioguortes líquidos, gelados etc
Na maioria das vezes opta por linha branca, marcas próprias.
Faz os calculos, à quantidade preço para saber o que fica mais barato...
Últimamente também se preocupa com a quantidade de fibras dos alimentos, as gorduras os açúcares e faz as suas escolhas, mas mantém a estratégia do mais barato.
Está a tentar ter uma alimentação saúdavel e ao mesmo tempo económica.
Não o quererão para ministro de qualquer coisa!? xD

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Protecção!?Preocupação!?


Se a mãe o acompanha às consultas.
Desta vez ele retribui-o.
Entrou no gabinete médico, que ele adora estas discussões médicas, das análises e dos valores altos.
E começa a desbobinar os valores que a mãe tem altos.
Que não estão cinco estrelas como as dele!!!
-Pois a mãe não tem a tua idade. (diz a médica) eheheh
Mesmo assim não precisava ter os valores acima dos limites, mas pronto.
Sendo assim à que assumir e um dos valores altos é o colestrol que tem subido progressivamente nos últimos anos a que agora vieram tambem juntar-se os triglicerideos.
Lá me culpabilizei pelo abuso das batatas fritas em pacote ( perdição).
A médica passou me medicação, para não correr riscos uma vez que há cada vez mais casos de AVC em idades ainda precoces.
Avessa à medicação principalmente deste género continuado, ainda perguntei, se corrigindo a alimentação, não seria suficiente!?

Nota: o porquê dos trovante!
A médica até teve direito acompanhamento musical:-=
Não da Mãe que estava afónica e surda;)
Vou fazer como o meu rapaz cantou:" Há sempre alguém que nos diz têm cuidado." "Há sempre alguém que nos faz falta"."Aì Saudade"...
Isto é a forma dele me avisar, para ter cuidado, quando me vê cair em tentações :-)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Escapadinha



As dúvidas e a imprevisibilidade de quando saímos do nosso canto.
Deixam muitos pais intranquilos, sem saber o que fazer...
Muitas vezes opta se por não ir.
E em todos estes anos temos corrido poucos riscos, optando por não sair.
Como se irá comportar, num espaço diferente do habitual!?
Um quarto desconhecido!?
Um local onde nunca esteve!?

Optamos por um local calmo, fora de época.
Pedimos quartos contiguos, mante mos a postura de não correr riscos.
A segurança de estar-mos ali ao lado,num local onde só estavamos os 3, foi uma garantia.
Correu muito bem.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"Tesourinhos do Bruno"

Fui remexer no baú das minhas recordações, que já estavam arquivadas, e voltei a revivê-las passados vários anos, agora com uma visão diferente da que tinha na altura. Parece-me que esta forma de escrita já era elucidativa da sua síndrome, que na altura ainda era desconhecida. E embora façam parte dos meus tesouros, resolvi partilhá-los convosco, na esperança de poder contribuir para o esclarecimento desta síndrome que é variável, mas que terá sempre pontos de união entre todos os Aspies. O título sugerido pela professora foi um aluno que chegou atrasado:
Mãe Mina

A Joana atrasada
Hoje a Joana chegou atrasada à escola porque houve um choque em cadeia. Chocaram 75.000 num sítio, 25.000 noutro e ainda 20.000 noutro. Quantos carros bateram ao todo?

Bateram ao todo 120.000 carros.

Outra vez bateram 80.000 carros, depois a Joana foi ao médico ficar internada. A Joana foi para prisão durante 10 anos porque roubou o carro e matou pessoas. Portanto, a Joana nunca foi à Escola, porque ficava milhões de dias sem ir à escola, durante 1 século...

Bruno V 3ª classe (8 anos)

Comentário da professora: “coitada da Joana”, a mãe reitera (lol)

"Olhos, nos olhos"

Os olhares,normalmente são fugazes, mas também podem ser fixos e incomodativos.

Muitos de nós também não gostamos que nos olhem nos olhos é quase como despirem os nossos pensamentos.

Há dias fizemos um pequeno exercicío para tentar algum auto-controle das estereotopias.

Frente a frente em silêncio de olhos nos olhos conta-mos até cem (interiormente), aliás em contei até cinquenta e ele os outros cinquenta.

Pode não parecer, mas ficamos cansados.

Resultou quer na paragem dos estereotipos, quer no olhar.
Havemos de aumentar a numeração...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

"Pequenas Vitórias"


Há coisas nestes "meninos" homens que são desconcertantes e até incompreensíveis, para o comum dos mortais.
Durante muitos anos a cor do leite incomodava-o(suponho eu)
Os seus pequenos almoços, obedeciam sempre ao seguinte ritual:
O leite só podia ser em pacote pequeno com palhinha fina ( assim, não lhe via a cor).
Desta maneira a quantidade que ingeria não lhe provocava enjoos).
Enquanto isso os cereais eram comidos a seco.
Mas se fosse Nestum com Figo já se podia misturar com leite.
O Nestum era só mesmo o de Figos de outros sabores não comia, fazia-me andar à procura nos vários supermercados,que nem sempre havia, até que foi retirado do mercado.
Foi complicado ele adaptar-se, tinha necessidade de saber o porque da saída desse produto do mercado.

Hoje em dia,já faz a mistura dos cereais com leite, para o seu pequeno almoço, sem nenhum tipo de problema.
É habitual usar-mos pacotes de leite com abertura de tampa que ele denrosca, mas esta manhã esse tinha acabado, e só tinha daqueles que tem de cortar a ponta, imagino a dificuldade dele para cortar a pontinha xD ( mas não fez estragos)
Já substitui-o o nestum com figos por nestum com mel, nos dias em que o pequeno almoço tem de ser mais rápido( preparado,pelos pais).

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

No Dentista!


Lei do menor esforço!?
Ou receio da palavra autismo!?
O Bruno é um herói na cadeira do dentista, faz tudo direitinho como lhe dizem, inclusivé o estar de boca aberta o tempo todo sem se queixar.
Agora se lhe fazem perguntas ele responde.
-Dói te alguma coisa!?
-Um bocadinho aqui e aponta o local ( uma zona com aftas)
-Queres anestesia?
-Não, eu aguento.
E continua a destartarização, bochecha deita fora, mais de meia hora com aquele irritante "aspirador" a higienizar os dentes.
-De vez enquanto a dentista pergunta dói-te ?
-Ora ele nem sabe mentir, dói um pouquito.
-Queres anestesia?
-Eu aguento, é só bocadinho. Senão fico com a boca a dormir.
Se ele não falasse ou a mãe não estivesse acompanhar, quantas anestesias levava!?