Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Correu bem ""


Dar asas, não é fácil.
Mais por nós, do que por eles.
Durante a feira dos frutos, acompanhou a mãe.
Enquanto a mãe ficava no stand da feira.
Ele ia passeando pela feira, à procura de gente conhecida e de acumular mais papel dos outros stands para trazer para casa.
Há noite assistia aos concertos, no primeiro dia ficou num local com amigo, local que a mãe sabia.
No segundo dia, a multidão era muito mais, queria deixa-lo no mesmo sitio, mas quando fui à procura dele já  não o encontrei.
Pedi a alguns amigos, que se  o vissem, me avisassem .
No meio de tanta gente, era quase encontrar uma agulha no palheiro,  ninguém o viu.
Eu sei que ele não se perde,  e que no final do concerto ira ter ao local onde a mãe estava, mesmo assim fico preocupada.
Só mesmo quando terminar a última música e sair toda a gente do recinto, ele vem.
Assim foi.
Quando o reencontrei disse-me : Correu bem...

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Caminhadas


Caminhar, é uma forma salutar e saudável , de conviver.
Fazer caminhadas em grupo, tendo como companhia este rapaz , é uma aprendizagem para ele e para todos os que o acompanham.
Já o fazíamos a dois, em grupo começamos à cerca 7 anos, têm tido uma enorme evolução.
Se no inicio, não largava as saias da mãe , agora dificilmente o encontro durante o percurso, porque gosta de ir sempre na fila dos primeiros,  já não o consigo acompanhar.
Normalmente fico tranquila, porque a maioria dos caminheiros já o conhece e tem  por ele grande carinho.
Este sábado realizou-se a caminhada nocturna anual em Óbidos.
E ao contrário do que é habitual, em centenas de pessoas conheceríamos uma meia dúzia.
Partimos já a prova tinha começado, tivemos de correr para apanhar o pelotão.
Mas este rapaz, não é de se  ficar, na fila de trás e prolongou a corrida, até  à fila da frente, onde ninguém o conhecia.
À medida que prova decorria, a minha preocupação de mãe desta vez ia alta, embora soubesse que ele ia à frente o percurso era floresta escuro e ele não tinha lanterna, tinha esperança que daquela meia dúzia de conhecidos alguém fosse perto dele (mas, só esporadicamente algum deles passou por ele).
Cansado e com uma subida pela frente, e os pés a doridos, sentou-se provavelmente à minha espera.
Quando uma das nossas companheiras habituais , passou por ele e fizeram os últimos metros juntos.