Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sentimentos


Hoje a minha filhota confrontou-me, com uma realidade.
Na qual eu já pensei milhões de vezes...
Quando estava a escrever, para todos os que vivem neste mundo fantástico (referia-me á diferença ao autismo á pureza)....
-Oh!... Mãe mas tu não preferias que o Bruno não fosse "deficiente", que não te desse preocupações.
-Não filha. Tu não tens nenhuma patologia definida, e também me dás preocupações, tantas ou até mais que o teu irmão....
Mas a minha balança não está equilibrada, se no presente ele é o ser mais maravilhoso e indescritível, porque sentimento não dá para descrever com precisão. É uma espécie de cordão umbilical inquebrável, o qual nunca poderei quebrar.
É uma dependência que aprendi a amar.
Já com ela espero que solte as amarras e viva a liberdade com consciência, sinto-a a fugir por entre os dedos...
Ambos me preocupam ela mais no presente , ele mais no futuro...

6 comentários:

Mrs_Noris disse...

A boa mãe preocupa-se com os seus filhos. Não é fácil ser mãe...
Também me preocupa o futuro do meu filho, mais que o presente.
Beijokas.

Mina disse...

Noris
Mãe é para sempre e preocupasse para toda a vida com os seus "pintos" , mesmo quando eles já tiverem saído da "capoeira".
Mas há pintos que vão ficar sempre no "ninho", e temos de zelar por eles.
E connosco estão confortáveis...
São uns queridos mesmo quando dizem: oh!... mãe ainda vens cá chatear-me, quando quer ir dormir e mãe ainda não deu o beijinho, da noite rssss.Esta dependência e esta sinceridade deixam-me muito preocupada com o futuro. Como é que outros irão entender?!...
Bjocas

Isabel Santos disse...

COMO DIZ A MINA MÃE É PARA TODA A VIDA,NUNCA MAIS NOS DEIXAMOS DE PREOCUPAR COM OS FILHOS.
NO MEU CASO SOU MÃE E AVÓ PARA SEMPRE ATÉ PARTIR E POR NADA DESTE NUNDO EU QUERIA TROCAR DE NETO..LOL ELE É MARAVILHOSO,É A MAIOR ALEGRIA DAS NOSSAS VIDAS MINHA E DO AVÔ,MESMO NÃO FALANDO,MESMO DANDO MUITA PREOCUPAÇÃO ELE É O MEU TESOURO.
BEIJINHOS MINA E NORIS

Mina disse...

Isabel Santos
Acho que nunca conseguimos cortar o cordão umbilical, ás vezes nem sei se é bom?!...
No meu caso secalhar até os abafo demais no sentido de proteger, e tanto faço o meu "menino grandão", como com a minha "menina na fase da rebeldia".
Secalhar acabo por ser chata, mas quero lá saber, espero perpetuar esta "chatice" até ser avó rsss...É a minha forma de amar, que me foi transmitida pelos laços que criei com a minha mãe, por isso esta "melguice" é genética lool
O João um dia há-de falar e exprimir todos os afectos também com palavras, nunca se pode pensar que não.
Já viu que o meu tambem era regressivo aos mimos, mas nunca deixei de lhos dar antes pelo contrário é quando insisto mais, sou chata deixa-lo ser, mas ele já retribui os beijos e os abraços,
Bjocas para si e para João

Mrs_Noris disse...

Nem todas as mães pensam assim. Tenho a certeza que a minha mãe passava bem sem filhos e sem netos e sem marido... Toda a vida se queixou do facto de ter sido mãe, diz que fomos os culpados do abandono da sua carreira profissional! E de tudo o resto. Ficar com um neto durante umas horas é um castigo, uma prisão.
Há mães e mães.
Beijokas.

Mina disse...

Noris
Quero crer que essa postura seja uma raridade.
Mas pode haver pessoas que nasçam com a condição de não saber ser mães, ou pais,não quer dizer que o eu seja exemplo para alguém, mas de facto eu sigo os valores que a minha mãe me transmitiu, mesmo sendo eu a filha pródiga , que nasci quando a minha mãe já pudia ser avó, que muitas vezes passou por essa condição, ela nunca cobrou nada, alías acabou por achar que tinha sido uma benção.
Hoje uma gravidez oas 44 anos é uma coisa banal e comum mas na altura era muito mal vista, a minha mãe até na maternidade foi achincalhada, que já tinha idade para ter juízo disse quem assistiu ao parto. E mesmo com tanto preconceito e muitas dificuldades superamos a maldicência.
E que Deus me perdoe se peco mas quem não sabe amar, zelar não devia ser pai ou mãe.
Para mim os meus filhos sempre foram e serão a prioridade nº. 1 da minha vida, se tiver netos espero que venha a ser o mesmo se os pais assim me o permitirem.
Vá lá que a "menina" não herdou esse distanciamento afectivo.
Que a mim como pessoa de afectos e emoções me aflige. Mas acredito que todo o ser humano tem amor para dar e a sua mãe um dia ainda o vai revelar...
Bjocas