Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Revivendo o Passado...

Relembrei o nascimento e as primeiras ligações a este espaço galáxico e emocional, do meu filhote...
E mesmo um bebé chorão pode ser um bebé bonzinho, desde que haja um motivo plausível para isso, pois já diz o ditado "quem não sabe falar protesta assim"(choro)
Como, quase todos bebés, o Bruno também teve as chamadas cólicas dos 3 meses,que no caso dele foi para além dos seis meses, e aí sim, ele chorava e esperneava muito, ora um bebé bonzinho que não chora para comer, para pedir colo, mas nesses períodos era doloroso ouvi-lo chorar e não saber bem como agir...
Chegava aquela hora em que o seu relógio biológico era mais forte, era muito difícil de o tranquilizar, arranjamos duas formas de suavizar: uma deita-lo de barriga para baixo sobre o nosso corpo, a outra passear de carro, o pai chegou a sugerir á pediatra senão havia um comparticipação para a gasolina, que viajar de carro era mesmo o melhor remédio...
A acompanhar, as cólicas o Bruno sofreu de obstipação crónica desde nascença, o que quanto a nós (pais) foi um processo que o condicionou muito o seu desenvolvimento e "qui ça a sua síndrome", e que eu passados estes anos atribuo ao facto de alguma vez lhe ter doído e a partir daí começar a retrair, manifestando já uma forte rigidez, emocional...
A pediatra sem nenhum tipo de exames atribua a um intestino muito longo,e ia dando sugestões quer alimentares quer medicamentosas, mas nada resultava e o medo foi aumentado, esta situação tornou-se também psicológica, ora se doía ele não fazia, e andamos nisto até aos 7 anos de vida, ele até já tinha o trauma do "cliter". Não!... Chegamos a esperar dias que o intestino funcionasse sem esse método agressivo, mas piorava mais, tornando as fezes ainda mais rijas, chegando algumas vezes a ferir o ânus.
Choramos muitas vezes, com estas dores que eram de ambos...Fazia muitas vezes força com ele enquanto lhe massajava a barriga para o estimular. Muito teria para contar desta etapa difícil...

10 comentários:

Atena disse...

É curioso Mina, que o meu Vasco também teve os primeiros meses imensas cólicas, chorava muitíssimo e nós iamos dando em malucos. Tinha também obstipação crónica, não fazia cócó sem ajuda... este "tormento" demorou aí uns 4/5 meses. Foi uma tremenda alegria no dia em que começou a fazer sózinho. Os primeiros tempos foram algo complicados... mas já passaram (depois vieram outros)!
Beijinho,
Cristina

Mina disse...

Cristina
Realmente a maioria dos bebés passam por essa fase, até o intestino começar a funcionar, mas à medicação que alguns tranquiliza, como o celebre aeorom, já a obstipção não é tão frequente, o Bruno precisou dessa ajuda e da provocação intestinal durante 7 longos anos,depois bem o medo dele e nosso, o dele porque doí e contraie o nosso que os clisteres e outros métodos podem causar habituação, e sempre que ele conseguia fazer cocó era uma festa, nunca tive uma fralda suja "cócó".
Usamos tantos métodos, que nem passa pela cabeça ninguém.
O psicólgo que o acompanhou dos 6 aos 15 anos no serviço de pedopsiquitria do Hospital da Estefânia, também referia este factor como um grave condicionamento aos comportamentos do Bruno, uma enorme rigidez emocional. Mas nunca associou ao autismo, que é muito evidententeno caso do Bruno, ainda gostaria de o voltar a encontrar, ajudou-nos nalgumas situações, mas ficou sempre áquem no dignóstico e no fundo ia-nos alimentando esperanças para uma situação passageira. Ele(psicologo) terá verificado antes de ter-mos terminado as consultas aos 15 anos, mas não quis dar o braço a torcer. Uma vez que nós pais sem especialização nenhuma sempre indicamos este caminho de PEA.
Enfim, o percurso vai-se fazendo e aprendendo...
Bjocas

Nota-A obstipação e a sindrome de asperger, não serão causa efeito, este é um caso específico, e a questão está na rigidez e alto controle emocional, e até nas obssessões que esta obstipação causou nele.

AvoGi disse...

Estou a adorar este relato. venham mais cenas. Paragens pela escrita.

Mina disse...

Avogi loool
Também pode interessar a avós atentas kkk, as cólicas continuam a existir nos netos. Não?!...rsss
De vez enquando retrocedesse até ao passado rsss, lá encontramos sempre as origens...
bjocas

"Paragens pela escrita"?!What"?!...

AvoGi disse...

Mina
desculpe. Refaço a frase:Parabéns pela escrita. cruzes. mas é verdade isto que está a dizer de estarmos atentas é certo. Ainda no sábado a Flor esteve por três vezes sentada na sanita a fazer a força toda que até chorava e não saía nada. ela é "dureira" como se diz por cá. dei.lhe pancadinhas no joelho, massajei a barriga e a lágrimas corriam pela cara dela . Até me fez pena. depois de tanto esforço lá fez o seu tronco, sim mais parecia um tronco.E logo de seguida ao efectuar a higienização reparo em sangue. devido ao esforço até fica a sangrar "pobrinha da piquena". deu.me tb um ataque de choro por vê-la a chorar. É uma situação que me transtorna, nao poder fazer nada se não dar-lhe conforto. este relato deixou-me apreensiva!!

Mina disse...

Avogi
lool a língua portuguesa é muito traiçoeira e nós a escrever rápido, lá vai kkk os equívocos.

Tadinha da Flor, estas situações doem tanto a eles quanto a nós e temos de ser fortes para lhes dar força, mas ás vezes lá vamos atrás das emoções.
É importante, é ,eles não ganharem medo, que esse condiciona as vezes seguintes, para não ferir tanto o "rabiol", por um pouquinho de vaselina...
bjocas

Mel disse...

O meu rapaz mais novo, com PEA, agora com 6 anos, também tem problemas de obstipação e anda sempre com o rabinho ferido devido à dureza das fezes, embora eu aplique cremes,de todas as marcas e feitios, que possam ajudar. É que ainda por cima, o pequeno tem alergias cutâneas, que se localizam em erupções também na zona do ânus ( de quando em vez lá tenho de recorrer aos corticoides).
O que vale é que ele gosta muito de sopa e então é carrega-la de verduras e triturar e fazer uma boas "mousses de fruta", pois fruta inteira só gosta de comer maçã, banana e pêssego.
Mina, estou a gostar tanto de ler estes seus relatos dos primeiros tempos do Bruno...Um abraço muito grande!
beijinhos a todos.

Maria Anjos

Mina disse...

Maria dos Anjos
Pode ser coincidência, mas no caso dos meninos com PEA, quando doí contraím-se mais. E as fezes muito rijas o meu também tinha naturalmente, se mantêm mais tempo no intestino vão endurecendo, e acho que a explicação do intestino comprido é aceitável leva mais tempo a percorrer, ainda agora em adulto ele tem alguma rigidez, embora agora já não use nenhuns desses metódos ele criou mesmo trauma com os clisteres, nem imagino se houver alguma situação para algum exame ele vai-se contrair de certeza.
O xarope de maça reineta, o gulatax, o leite Philips, gotas de limão no leite foram alguns dos métodos utilizados...
Para o meu agora adulto utilizo o farelo na sopa...
Obrigada por ter vindo nos visitar, isto foi a nostalgia do nascimento veio trazer recordações da época, aos poucos irei saltitando pelo passado, são muitos anos muitas histórias para contar...
As melhoras do pequenote, que essas fissuras no anûs, são dolorosas, a vaselina, não é cicatrizante, mas ajuda na altura da defecção, não tem contra indicações e amacia a zona..
Bjocas para vocês

Somos todos diferentes, e isto é um orgulho! disse...

probioticos foi a melhor forma que encontrei para tratar o sistema gastro intestinal , pois qdo nao estava com diarreia estava com intestino preso.

Mina disse...

Somos todos diferentes, e isto é um orgulho

Obrigada pela informação, aqui deixada, há imensa pessoas a sofrer de obstipação, e algumas vezes o tratamento para a "desobstrução", pode causar o inverso, tem de saber dosear muito bem...
bjos