Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Relações de Amizade...

Quando se tem um filho, com esta síndrome, e por muito amor que haja.
E, é fundamental, que assim seja, para o ajudar a superar algumas dificuldades de aceitação e de relação...
No entanto não podemos escamotear e existem enormes dificuldades de relação com os outros, e que na idade adulta se acentua, a diferença a nível de interesses dos pares , secalhar esta seria uma das preocupações que nem deveria aqui revelar, mas como sempre fui o mais transparente ...
Nem tudo são rosas e mentiria se disse que sim, que o amor apaga tudo e que não se passa nada...

Nas nossas relações sociais e de amizade, o circulo vai se fechando por nós e por eles, e ficando muito restrito, são poucos os que vão ficando e nossa disponibilidade emocional também fica frágil...
Perdemos a coragem, algumas vezes de os impor aos outros nesta nossa faceta frágil. Claro que aceitariam se fossem nossos amigos.
Ficamos com vergonha de alguns comentários que os nosso filho possa fazer ou atitudes que possa tomar que podem ser provocatórias ou intencionais, por não saberem descodificar as notícias, ou os sentimentos dos outros...

4 comentários:

Atena disse...

Se "os outros" forem realmente nossos amigos, tenho a certeza que não se afastam. Se o fizxerem é porque não são e vale mais só que mal acompanhado.
Acredito que com os anos, vamos enfraquecendo e por vezes baixando os braços... mas também acredito que não os baixamos sempre e que teremos dias melhores que outros. Pode ser que seja duro por causa da sindrome, mas olhando para os lados percebo que há tanta "sarna para os pais se coçarem", Mina! Se não fosse a sindrome, podería ser outra coisa qualquer, nem vamos mencionar quantas coisas problemáticas podem suceder na vida dos filhos e causar angustia, que não só o Autismo... Basta olhar para os lados.
Portanto vamos vivendo um dia de cada vez, tentando ultrapassar os obstáculos que forem surgindo e saboreando os momentos bons que também teremos. Não temos alternativa e vida (em principio) só devemos ter esta!.
Coragem Mina, preciso de a sentir com força para poder também eu acreditar que mesmo no futuro poderemos viver felizes - nem que seja por momentos!
Abraço forte
Cristina

Mrs_Noris disse...

Mina,
Veja o lado positivo, assim sempre tem uma desculpa para recusar aqueles convívios forçados que acontecem uma vez por ano, só porque o que tem de ser tem muita força.
Agora falando sério, acho que temos de conversar insistentemente com eles sobre o "saber estar" que lhes falta e sobre como evitar certas "vergonhas". Sobretudo, explicar que é para o bem deles tentando que compreendam o que nós, que os amamos, sentimos nessas ocasiões.
Na esperança que água mole em pedra dura...
Um beijo.

Mina disse...

Querida Cristina
Obrigada, pelo apoio, mas há alturas em que nos deixamos levar pelas marés, mas regressamos com mais força e nem o amor ou a amizade são postas em causa, apenas um bacilar... Prefiro os poucos amigos mas bons... E esses são sempre importantes...
Também depende um pouco de nós o fechar do circulo, mas ter amigos só para dizer que temos uma "resma", não vale a pena. E não é facíl aos outros perceberem as intenções dos nossos filhos.
Eu não quero que ninguém entre na minha onda , quando me estiver a afogar, mas tal como digo e seria hipocrisia se dissesse que todos os dias e a todas as horas consigo ultrapassar as barreiras, é mentira ,somos uma balança com pendentes.
Esta é apenas a forma como eu lido com as situações ou supostas situações, até porque tenho outra filha e a ele próprio e não permito que os belisquem, e talvez por isso ponho-me sempre na pele dos outros. Aceitaria eu, por muito amiga que fosse que o filho de algum amigo viesse agarrar o meu filho à força ou lhe disse algo absurdo que ferisse a sua suscpetivilidade!... Eu aceitaria e não mudava a minha amizade mas ficaria retraída da próxima vez, havia uma quebra de confiança naquela pessoa...
Agora do outro ponto de vista de mãe da pessoa que possa ter semelhantes atitudes , para com o próximo!... só me poderia sentir muito, muito envergonhada, triste , por não conseguir evitar ou controlar ...
Permite-nos uma ambivalência de sentimentos, tão confusos, que nem dá para clarificar...
bjocas

Mina disse...

Amiga Noris
Para mim nem existe esse outro lado loool, não faço fretes de convivío, só vou onde me sinto confortável e estar com pessoas de quem realmente gosto, posso ter virado um pouco "Bicho do mato", mas muito mais facílmente vou conseguindo separar e valorizar a verdadeira amizade. E perante situações constrangedoras aí se revelam mais, e este casal com quem nos damos à muitos anos não são amigos de circunstância, embora não estejamos muito juntos a amizade é verdadeira...
Querida Noris, e se depois de tanta conversa tanta insistência da nossa parte. A predisposição para cometerem o acto se mantiver ou mesmo chegarem a tomar essas atitudes absurdas que julgavamos controladas?!... Perdemos a confiança e tudo que falamos e dissemos foi em vão. E essa parte fica a doer muito. Podesse não perder os amigos,mas perdesse muita da confiança na pessoa que tanto amamos e que nos desilude... Quando se trata de uma "criança" em ponto grande este tipo de provocações já não são desculpaveis, como numa criança pequena, para quem um abraço mais apertado nem fica mal, e até é carinhoso...
E não são os outros que me julgam, é a minha própria consciência, que me deixa abalada, até porque fazer perceber que se está desiludida é facíl, mas para um asperger até a desilusão é quantificada...E criasse uma instabalibiladade emocional mas não podemos compactuar com atitudes desajustadas, por um lado, e por outro mostrar este lado que nos magoa e entristece, mas têm mesmo de ser, embora fique a doer...
bjocas