Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"A inquirição!..."


A propósito do episódio anterior...Fui chamada à escola (como seria de esperar).
Não era coisa que não fizesse habitualmente e sem necessidade de convocatórias, nos dias estipulados para receber os encarregados de educação, ia lá com muita frequência.
Mas nesse dia confesso que fui muito assustada, sem saber o que me esperava(seria o meu lado "aspie").
Como é que eu ia gerir aquela situação, o Bruno já tinha sido castigado.
Nesse dia embora ele não tenha ido à reunião foi comigo pedir desculpa à funcionária...
A mim após um tempo de espera com as pulsações a acelerar, sem saber muito bem o que me estava a aguardar, sabendo apenas que era para falar daquele assunto.
Abre-se-me uma porta com um grupo de pessoas 4 /5 já nem sei, parecia-me um julgamento, eu que nem sei como funcionam os tribunais...
Senti-me a encolher,e agora o que é que eu vou fazer?!...Limitar-me a responder, cheia de vergonha não só pelo acto ocorrido, mas por estar perante tanta gente!...
Há entrada pensei todos contra mim, aguenta, não tens alternativa(penso eu com os meus botões)
Nem sempre tudo corre como nós pensamos e nem sempre nos julgam...
E nesta longa conversa com este grupo de pessoas que percebeu a minha "pequenez", deixaram-me à vontade numa conversa cordial, todos empenhados para o mesmo fim.
Senti-me aliviada, mas não segura, aquela situação ou algo semelhante não se poderia repetir, ou lá se ia a confiança depositada em nós...

10 comentários:

Mrs_Noris disse...

Foram precisas 4 ou 5 pessoas para conversar com um encarregado de educação por causa dumas pedrinhas atiradas?! Que exagero!

Mina disse...

Noris
Também achei,que não havia necessidade eheheheh
Até porque eu era só uma, o pai rarissímamente está presente nestas coisas.
Não que eu me queixe por isso, que dou bem conta do recado sozinha, até porque além da pouca vontade sobra-lhe também pouca disponibiladade horária.
Como tal lá fui eu pensando que ia falar com o director de turma e o director da escola quando muito. A juntar a eles que eu me lembre estava um outro profesor da escola que não percebi a função dele se era ser tutor destes meninos especiais,(jeito para isso ele não me parecia ter),a professora de apoio que nunca apoiou, e um elemento da Drel (Direcção regional educação de Leiria), julgo que assim que chama estava o "platel" formado como é que eu podia ficar ao deparar-me com aquele cenário?!...
Bjocas

Homesick Green Alien disse...

Ena c'um catano!!!

I'm speakless... :O

Se fosse na idade média, ainda faziam um auto de fé com ameaças em atiçar a fogueira...

Mina: uma reacção institucional completamente desproporcionada. Ainda me lembro bem das patifarias que se faziam aos continuos (no meu tempo de secundário era assim que tratávamos os actuais 'auxiliares de educação').

Coisas mt mais graves q umas meras pedrinhas atiradas na direcção duma funcionária... E garanto que nada de semelhante se passou. Ao menos que o Bruno lhe tenha acertado com alguma, caraças... e já agora que tenha provocado ma nódazita negra numa canela hehehe, mesmo assim não justificava minimamente a coisa... Mas enfim.

Mina disse...

Green
Lool
Foi no início do secúlo...
A senhora não ficou com nódoas as negras, nem sei se alguma pedrinha lhe terá acertado, pelo menos não recebeu tratamento hospitalar, isto já sou eu a ironizar...

Mas quer queiramos ou não um aluno que é novo na escola que têm um processo de ser diferente, causa logo transtorno e em alguns medo do desconhecido, não há ainda uma cultura de saber lidar com diferença...
E o pouco que ele fizesse era logo conotado e elevado ao expoente máximo...

Dá para perceber agora porque tive de tomar aquela atitude tão radical, de o castigar...
Ele não poderia sequer tocar em mais numa pedrinha, ou chamariam a polícia ! Sei lá!?...

Já é passado e está tudo super resolvido, eu até entendi um bocadinho o medo do desconhecido, mas depois acabaram por o conhecer bem, que andou lá uns bons anitos eheheheh, e já era conhecido e aceite por todos (ou quasi´à sempre umas expecõezitas)...

Acabou por funcionar como uma lição para aquela escola, terá sido um abrir de portas para casos semelhantes...
bjocas

Visite www.arteautismo.com disse...

Oi Mina,
Li o relato das pedrinhas e a inquisição que foste submetida , embora gentis , não o deixaram de faze-lo.
Pura Hipocria destes tais aí.
Será que Bruno sempre dócil, não terá um dia de de se rebelar?
Nem acredito em rebelião , mas o caso de não concordar com a chata da senhora.
Como será que ela falou com eles?
Atoa Bruno não ia fazer, até porque não é dado a isso.
Ele é humano, sente também as afrontas. As chaturas....
Não gostei nada desta SENHORA , que falou isso e não disse qual o tom quando disse que fecharia as portas. São pedrinhas de não aceitação e não de violência, até porque nem machucou ou provocou sangueira...Um exagero isso sim
Ah me poupe estas covardias destas senhoras......
Ah Bruno , querido quero te contar uma coisa , hoje em Sao Paulo , aconteceu uma coisa que nunca aconteceu. O clima anda doido por aqui , ora faz calor de 35 graus e derepente entra frente fria e baixa para 20 graus ou menos depende da altitude e neste fim de inverno S.Paulo virou uma Suíça , caiu muito granizo que cobriu os telhados e as ruas e as crianças desajeitadamente foram patinar em pleno gelo.
Incrível Bruno.Voce precisa ver nos sites do Brasil, se quiser eu mando pra voce.
Beijos, Bruno, olha eu sei que voce é a melhor pessoa do mundo. Gosto muitoooo de voce. Não ligue para esta senhora tonta!
Mina , querida , me solidarizo contigo, força amiga e bola pra frente.
Beijos.
Ray

Mrs_Noris disse...

Mina,
Os outros deviam ser testemunhas, ou guarda-costas, sabe-se lá, just in case (lol). E quanto é que aquela "reunião" importou ao erário público?
É só fazer as contas somando a remuneração horária de casa um deles. Bando de inuteles :)!

Mina disse...

Obrigada amiga Ray
Pela solidariedade e pela amizade...
Este episódio já faz parte do passado, e nem culpabilizo a funcionária em si ( ela ficou assustada um aluno novo (defeciente) deixou-a sem saber com reagir, nem todas as pessoas estão preparadas para lidar com a diferença ele não é violento, mas ela não o saberia, e não soube controlar a situação.
É só para mostrar o aparato que se cria em volta de uma situação simples.
Ele na altura terá feito aquilo para agradar aos colegas, seria uma forma de interagir, e possívelmente já teria visto algum fazer aquilo, e com aprovação de outros...
O que eu fico preocupada é se pelo facto de ele ser diferente tenha levado esta "ondulação" toda.
Espero que as coisas tenham mudado, e que todos tenham aprendido com situação, porque também há alunos de facto violentos e que agridem mesmo, não é o caso dos deficientes.
Muito menos do Bruno, que ele veio contar ainda antes de qualquer comunicação por parte da escola, se fosse outro jovem omitiria o ocorrido, ou até negaria, ele não o fez, acho que se lhe dissem que ele tinha atirado um pedragulho ele confirmaria ihihihi (santa ingenuiedade)...
Passou, passou!... pedra no assunto eheheh, o facto de o ter ido agora desarrumar é só para mostrar o quanto podem empolgar uma situação...

Amiga o Bruno leu de relance antes de ir p'ro forum a tua informação do tempo, mas ficou sem tempo para responder e durante a semana é dificíl, porque a irmã não saie do PC.
Mas já percebi que essas oscilações climáticas baralham o pessoal, está terrível, o planeta, não para de mandar avisos...
Beijocas para ti e Felipe

Mina disse...

Noris
:-) Quando agora nem é professores para leccionar!?...
Poderiam ter feito aquilo mais "barato", gostaria de ter ouvido a versão da funcionária e dos colegas presentes por exemplo já era poupança e o Bruno e só precisariamos de um mediador responsável pela escola quando muito dois, o DT e o DE.
Ah!... e não me lembro se estava lá o psicolgo lool quase uma turma inteira :)))
bjocas

Fê blue bird disse...

Prima:
Há situações que nos marcam de tal maneira que tudo fazemos para as não repetir.
Mas também acho um exagero, enfim já passou, mas acho que para os outros pais também deve ter sido uma lição.


Beijinhos

Mina disse...

Prima Fê
Não sei se os outros pais tiveram conhecimento, pelo menos não estavam por lá, porque não houve mais alunos envolvidos, o agressor foi só o Bruno ao que consta... Embora também tenha algumas boas com pais, que não tem a ver com este caso em concreto.

Bjos