Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Elos afectivos!...


Por muito "cru" que possa parecer, não é comum nesta síndrome a manifestação dos afectos, embora eles existam não são revelados da mesma forma!...
Numa destas manhãs quando fui levar o Bruno às actividades, pedi-lhe para ele escrever uma sms no meu telemóvel, para uma amiga que ia ser submetida a uma pequena cirurgia.
Disse-lhe o que era para transcrever, só que ao escrever enganou-se numa letra e com seu perfeccionismo tentou apagar e apagou tudo, já não quis voltar a escrever!...
Não só ele insisti,como também mãe :D
Pergunta-me o porquê da minha insistência a I*** é nossa amiga, e pode estar a precisar de nós...
Ligas-lhe quando parares o carro (diz-me ele)
Ok!... Não liguei fui:)))

Quando o vou buscar à hora de almoço ao passar próximo da casa de uma antiga monitora, diz ali mora a S*****,naquele prédio azul no nº. 8, podíamos ir visita-la :D
-Ó filho, mas a S*****, não nos convidou, não podemos ir assim à casa das pessoas...
E começa a fazer comparações com a nossa amiga I****, que não tem nada a ver a I**** dá-nos confiança para privar-mos com ela, enquanto a S***** foi uma ligação temporária.
-Para ele basta apenas uma relação ainda que profissional, para ele achar que já é amiga.

8 comentários:

Mrs_Noris disse...

São duas situações diferentes, Bruno.
Os SMS vieram para facilitar. Não custa nada escrevermos uma palavra de encorajamento para a pessoa ler quando puder.
Quanto às visitas, a primeira regra é: não visitar sem avisar antes. As pessoas gostam de se organizar, percebes? Ter a casa em ordem, algo para servir, uma boa aparência... Imagina que a tua amiga estava a descansar, a visita de alguém numa ocasião destas, seria bastante inoportuna e embaraçosa para ambos.
Um beijo.

Mina disse...

Noris
Lool
para ele é exactamente a mesma coisa, ele importasse lá com essas coisas secundárias de ter a casa arrumada !...
Ele precisa é de ter papel e pessoas( mesmo que lhes passe cartão apenas alguns segundos), mas são sempre mais importantes que a cama feita ou louça lavada...
E no fundo tem alguma lógica um amigo não deveria ir para a casa do outro observar o que está feito ou não, se é amigo deveria respeitar as opções do outros...
Bem sei que isto é só teoria...
bjocas

Mrs_Noris disse...

Mina,
Eu acho um desrespeitoso receber um amigo numa casa por arrumar ou recebê-lo com uma aparência miserável, tipo estar de chinelos e/ou rolos na cabeça (lol). Ninguém merece!

Fê blue bird disse...

Mina...quanto saudade!
Estou finalmente no activo por aqui, umas férias cansativas :-( acho que agora é que estou realmente em férias :-))
Espero que esteja bem, assim como o Bruno e a sua restante família.
Um beijinho a todos!

Mina disse...

Noris
Amigo devia ajudar a tirar os rolos da cabeça eheheh
Amigo é supostamente e utópicamente alguém muito próximo, com quem podemos partilhar tudo até a dessarumação...
Como com o nosso companheiro e vice versa, que leva connosco de manhã todas despenteadas , do meu companheiro, não posso dizer o mesmo loool
Ah!.. e não venhas cá a casa que eu ando sempre chinelos tens de avisar para eu calçar um salto alto ehehehe
bjoquinhas

Mina disse...


Está tudo dentro da normalidade, obrigada por teres voltado e visitar a nossa humilde casinha :)))...
Regressando do faz de conta que achei engraçado eheheh
bjocas

Grilinha disse...

Pois é mina, esta distinção que fazemos vem bem de dentro e envolve tanta coisa, desde o racional às emoções e irracional...às vezes nem nós sabemos quando considerar assim ou assado, mas se fecharmos os olhos e sentirmos com o coração....ficamos a saber....

E não é algo realmente fácil de explicar, porque temos amizades de longo tempo, com pessoas que nos metem à vontade, mas mesmo assim, não conseguimos considerar A e B amigos. Por outro lado, pessoas que conhecemos menos bem, mas que surge aquela empatia, conquistam-nos de forma mais rápida...e não dá mesmo para usar uma tabela.

Mesmo assim, aparecer de repente, pode ser chato...ou uma grande alegria. Pelo sim pelo não, eu aviso sempre antes. beijocas

Mina disse...

Grilinha
É assim a sociedade moderna, nós parece que estamos formatados, para ter tudo em ordem...
E muitos vivem das aparências e até criam relações aparentes...
Eu também acho como o meu filho o importante são aos pessoas, e quero lá saber se tem a casa a arrumada, se pode oferecer um chá ou um copo de água, ainda vivo uma visão romantica do passado da aldeia, em que as pessoas todas se relacionavam, que havia verdadeira partilha, hoje eu vou para o teu campo amanhã tu vens para o meu...
Na sociedade moderna , já nem os laços familiares estão tão presentes...
Até os afectos estão a mudar!...
Bjoquinhas para ti e para o J.P