Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

domingo, 13 de setembro de 2009

Levamos os beijinhos até à ilha da Madeira


O encantamento do Bruno, pela ilha convenceu a família a querer conhecer...
Fomos mais longe e cruzamos o oceano por um dia, até a ilha de Porto Santo.

Encontramos paisagens magníficas, na ilha da Madeira, ,num sobe e desce montanhas, num clima a ameno o dia inteiro sem grandes oscilações de temperatura, mesmo nos locais onde choveu, só o vento refrescava...
Em Porto Santo limitamo nos à praia, de água quente e areia fina.

Mas mais nenhum de nós ficou tão apaixonado pela ilha, contrariamente ao que poderia parecer, preferimos a tranquilidade da nossa zona Oeste ao reboliço do turismo multilingue na ilha... Não, que já não o soubessemos ,mas confirmamos...

E, se férias é sinónimo de descanso, mentiria se disse que foi o caso...

O estar fora do nosso espaço, interfere com a nossa estabilidade interior, de querer ir a todo lado, e ter de "controlar" o Bruno 24 horas por dia os movimentos e posturas do Bruno, cansa, porque não é a mesma coisa ele estar em casa a fazer todos os ruídos e movimentos estereotipados que são inerentes à sua condição de portador de síndrome de Asperger, que também nos incomodam e cansam em casa, mas ganham uma dimensão maior fora do nosso "canto".

O pai então veio exausto, porque preza muito a sua privacidade, e estar na "mira" de outros olhares deixa-o incomodado.
Ainda para mais partilhou o quarto com o filho, que naturalmente tem dificuldade em adormecer em outras "tocas", que não a sua...

A mãe, partilhou o quarto com a filha, num trec-trec... constante de sms que me ia dando um "treque", este vai e vem de sms o dia inteiro sem parar, nem para almoçar, para a atravessar a estrada nem tem preocupação de olhar, à noite então é de enlouquecer...

O Bruno foi o nosso guia, que se regulava pelos caminhos que já tinha passado anteriormente, e quando havia alguma alteração de percurso não assinalado, ficava irritado, por não haver placas a indicar...
Ele continua a apostar na ilha da Madeira, até queria que o pai fosse para lá trabalhar, rssss
O clima continua a ser a sua principal influência na escolha.
Despediu-se dos túneis, como de alguém importante se tratatasse, rsss.
Ah!.. E confirmou que são mais de 100 túneis, que rondarão os 140, segundo informação dada pelo guia que nos conduziu ao hotel.
Isto porque o Bruno começou a fazer a contagem entre o aeroporto e o hotel , já ia em 15 loool

Estamos de volta mais cansados ,do que fomos... Será normal?!...

Nota- Os beijinhos foram entregues pessoalmente à Noris e ao M., e são extensíveis a todos os leitores do blog, mas só eles os poderão comer rssss

4 comentários:

PDD-NOS (Menina) disse...

OLá Mina, bom regresso.
Gostaram todos da experiência?
Bjs Bete

Mina disse...

Olá Bete
Valeu pela experiência, a beleza da ilha é inegável...

Mas para quem não está habituado cansa. Ainda para mais sendo numa unidade hoteleira, (em quartos) embora as condições fossem boas, estamos num espaço muito limitados.
Seria preferível um aparthotel, estariamos mais em familía.
Até porque férias é coisa que não faziamos hà muitos anos, temos sempre aproveitado aqui a nossa praia, e regressamos sempre à "toca"...

Os beijinhos ficaram bem entregues o M. gostou muito, dos beijinhos crocantes e açúcarados das Caldas, que a "madrinha" Mina levou na bagagem rsss

Beijos crocantes também para vocês Bete e Bea

Mrs_Noris disse...

Mina,
Quem quer sossego, tem. :)
Basta estabelecer alguns momentos de repouso nas férias. Com o Martim não dá para sairmos todos os dias. Fazemos um dia passeio, outro dia descanso. No dia do descanso ficamos na sorna no hotel, fazemos piscina, leitura, Playstation, Net, etc. Depois do jantar, damos um pequeno passeio à beira mar ou então vamos ver/participar na animação do hotel, ou seja, mini-disco, bingo e outras actividades que nos fazem rir e descontrair. Depois caminha, que se faz tarde. Dispenso o show das 22:00 h. rssss
Ao contrário do Bruno, o M nunca quer ir aos passeios, por ele não saía do hotel. Diz que tem cá tudo o que precisa. Aos passeios vai sempre contrariado, mas por fim até gosta. Bom, há um passeio de submarino que ele quer muito fazer. Eu é que tenho medo que nos falte o ar lá em baixo e lá vou adiando, possa ser que ele esqueça esta ideia, mas duvido.
Se calhar deviam ficar mais tempo para poderem conhecer a ilha com calma. :)! Uma semana nem deu para recuperarem o stress da viagem. O querer ver tudo em tão pouco tempo é muito desgastante, a ilha não é assim tão pequena.
Mas Mina, que tipo de cansaço é esse, físico ou psicológico? Se for psicológico não é normal para quem regressa de férias. Em férias é suposto esquecermo-nos de tudo, ou quase tudo. É verdade que sentimos algum cansaço físico, pernas cansadas, pés doloridos, nomeadamente pelos passeios a pé. Mas em nós isso funciona como uma massagem que nos faz adormecer assim que caímos na cama (lol). O M adormece em menos de 5 minutos. Em casa leva horas a inventar histórias para adiar o sono.
Gostei de vos conhecer. A mina é tal qual eu imaginava. Achei o seu marido bastante simpático e a sua menina muito bonita. Adorei o “bacalhau” bem sacudido entre o M e o Bruno. Atrevidote este meu rapaz.
Beijos para todos.


PS: Os kisses das Caldas já eram. O M chamou-lhes um figo: “Eu adoro isto! Aquela senhora é simpática, mamã.” hihihihi. São de facto apetitosos. Ficou apenas um (big one) para quando chegarmos à Madeira.

Mina disse...

Noris,

Loool
Pois uma semana não dá para descansar, quando se quer conhecer, até porque é uma única oportunidade...

E é mais complicado, contornar os comportamentos num adulto que são mais visíveis, acaba por ser uma sobre carga maior.

Num dos giros, confrontada com os olhares fixos do Bruno para uma miúda pequena, lá lhe fui dando uns beliscões ligeiros na perna, para lhe desviar a atenção, porque não podia dizer dentro do autocarro o motivo senão ele desbroncavasse. Expliquei-lhe já fora da viatura, não foi a primeira nem será a última vez...

Quanto à resistência física não há quem lhe ganhe , não se corta ás caminhadas, já vinhamos todos extenuados a descer aquela calçada dos carrinhos de cestos até ao centro, e ele vinha à nossa frente no seu andar desengonçado a comandar as "tropas" rsss

E lá nos foi dando ânimo a dizer que falta pouco rsss e os músculos já todos doridos para não fazer a descida aos trambolhões...

Não fizemos noitadas, mas estranhamos as camas e o calor, e o ar condicionado era muito barulhento...

Já está tudo a entrar no ritmo normal...

Também gostamos muito de vos conhecer, e a genuinidade do M., que foi conquistado com beijinhos Caldenses rsss, o big one é uma cavaca rsss, agora congela para se lembrar de nós rssss, continua por aqui mesma " maluca" ( a je) rsss

Agora ficamos à espera que as queijadas da Madeira, venham até ao Continente ihihihi

Bjocas