Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...
sábado, 19 de setembro de 2009
Decisões , Dificíeis!...
Esta manhã fomos á consulta de psiquiatria,(rotina) que em média o Bruno vai 3 vezes por ano.
Ao entrar o médico ou por distracção ou para o testar, deu os parabéns ao Bruno, que fez logo questão de referir que só faria anos dali a seis meses, e nem sequer era a 18 mas sim a 19.
A seguir ele sugeriu ao médico que lhe receitasse o Tamiflu, para prevenir a gripe A rssss
O Bruno, não tem tomado já há vários anos por opção nossa qualquer tipo de medicação química, é claro que tomamos esta decisão conscientemente, e com a conhecimento médico, sempre que possível preferimos alguma agitação motora, a uma sedação...
Só que anda, muito mais instável principalmente desde que está em CAO, todas as suas estereotopias têm aumentado de intensidade e forma, e penso que também a incerteza no futuro e a falta de concretizações, o andar-mos só nas meras suposições, não lhe dá nenhuma estabilidade emocional, que lhe permita regularizar-se de alguma forma...
Como tal, e uma vez que não há respostas, que eu julgue estabilizadoras, vou ter que ceder á pressão dos químicos e começar a ministra-los.
Terapia que começamos hoje, com a conhecida risperidona, com a qual ele já fez uma vez teste há uns dois anos atrás, e que referiu provocar-lhe palpitações, a ver vamos como o organismo reage desta vez, embora o médico me tenha dito que não haveria esse efeito e poderia ser sugestão dele,o que eu acho pouco provável o Bruno ter esse tipo de sugestões, porque acredito que ele só refere factos concretos.
Ainda fiquei com outro tipo de medicação mais sedativa em carteira, que só mesmo em último recurso. Não sou fundamentalista mas se os poder evitar, evito, até porque qualquer medicação que cause habituação, me faz muita confusão essa dependência.
Logicamente que tudo tem de ser com conta peso e medida e á doenças crónicas cuja qualidade de vida depende da medicação, que impere sempre o bom senso...
Estas são as vicissitudes de uma vida, dividida entre dois rumos o que a mãe acha, e o que a sociedade permite...
Até lá ficamos com nova consulta agendada, para 15 de Janeiro de 2010, foi o Bruno que serviu de agenda referindo que esse dia era a uma sexta-feira, único dia da semana em que o médico dá consultas, por estas "bandas".
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5 comentários:
Oi Mina , amei teu comentário pertinente aos desenhos de Filipe. Como máe zelosa que és entendeste perfeitamente o que eu quis mostrar no blog.
Mina este teu post está excelente , pois está é uma grande duvida, que atinge pais de autistas. Dar ou não medicamentos sedativos. Filipe só toma SOS o diazepan, quando tem os sintomas que vai dar a convulsao.
Eu sou como voce , evito muito a medicação deste tipo, porque nem sempre Filipe reagiu bem.
O medicamento que um grande neurologista passou pra ele , fez um grande mal, deu vômitos, e parece que algumas alterações psíquicas, por exemplo , Filipe cismava de ficar olhando o céu, a qualquer hora do dia ou da noite. Eu perguntava:
O que voce quer ver? Se vai fazer sol ou chuva? Se vai ter sol para voce ir a praia? Devido a compulsão de olhar várias vezes, disse também: Filipe não existe disco voador ou Ets e a terra não vai acabar, dizia eu....por não saber até onde estava indo a neurose dele. Depois começou a lavar as mãos até o cotovelo, tomar banhos exagerados e ir sempre ao banheiro.
Pensei só pode ser o medicamento.
Voltei ao médico e relatei, que o remédio que ele agregou ao tegretol ,os dois para a convulsão piorou o menino.
Resultado, estamos tirando devagar para não dar o efeito rebote, agora é meio comprido.
Enfim creio eu e por observaçao de muitos anos que Filipe funciona melhor com menos medicamento.
Mina preciso falar com voce por e-mail e não acho aqui o seu. Voce pode me escrever? raygmelo@gmail.com
Olha outro detalhe , com referência ao que Bruno se refere aos sintomas. Bruno não mente quando diz sobre os medicamentos , pelo que conheço deles , não possuem maldade para mentir.
Um beijinho para Bruno e um beijo pra ti!
Ray
Mina descupa , escrevi errado o e-mail , tenho estes dois
rayefilipe@gmail.com
raygmelo@hotmail.com
te espero.
Ray
Ray
Obrigada, por ter vindo tomar o cafezinho rssss
Cada ser humano é diferente e tem formas diferentes de comunicar, uns através da linguagem falada ou escrita outros na escultura na pintura, num sem múmero de actividades...
Ainda bem que Felipe encontrou esse estimulo, é muito importante para a auto-estima, era bom que mais autistas e SA encontrassem um caminho mas com saída que é coisa que está difícil como nós bem sabemos...Era tão importante para a estabilidade deles a valorização dos seus trabalhos...
Quanto a medicação, como escrevi tenho sempre receio deste tipo de "drogas", que causem dependência, e faz-me impressão ver as pessoas tipo "ganzadas", não quer dizer que eu não os tome até eu de quando em vez tomo ansioliticos, não sou de "ferro", uma caixa dá-me para mais de um ano, eu sim é possível que seja sugestionável e alías acho que só aquela marca me faz efeito rsss
Felizmente que o Bruno não tem problemas de convulsão, que deve ser assustador... Mas tem imensos tiques, baloiços, sopros, flapings, ruídos, conversa imenso com os pensamentos dele mas em voz alta, assobia, e nos estados de desocupado,mistura toda esta "sinfonia", que até eu sopro, principalmente quando se prolonga no tempo e na intensidade...
Estamos a começar com uma dose infantil, que se irá ajustar, mas que não irei aumentar muito...
E se houver alguma queixa que ele refira é de imediato retirado, tal como eu disse ao médico...
Irei enviar um email para você, que puderá escrever sempre que quiser, estarei sempre disponível para escutar...
Bjocas, para vocês Ray e Felipe
Mina,
Com certeza o medicamento trará mais qualidade de vida ao Bruno. Eu notei que o M ficou com o pensamento mais organizado sem ficar sedado. Além disso o medicamento já tem mais de 40 anos e os médicos dizem que é inócuo. Mina, haverá em Portugal terapia mais eficaz que a terapia baseada nos químicos? Com o que(m) mais podemos contar? A terapia dos químicos, além de ser mais barata e mais cómoda para todos, produz melhores resultados.
Fumar mata e causa dependência mas há quem o fume uma vida inteira, sem que isso lhe traga qualquer benefício adicional, como o meu pai que fuma desde os 14 anos e apesar de tudo tem sido saudável. Tem mais sorte que juízo :)!
Beijos.
Querida Noris
Além da terapia química, no caso dos SA e autistas acho que uma vida estável, sem os balanços que naturalmente todas as nossas vidas dão seria o ideal, o saberem sempre com o que contar, todos nós mal ou bem fazemos essa gestão...
No caso deles é muito difícil, devem manter os mesmos padrões e saberem que o amanhã é igual a hoje sem surpresas, mas de preferência usando as suas capacidades, não mantê-los ocupados só porque sim, com banalidades...
E é evidente que todas as estereotopias são inerentes a sua condição de SA, mas não dúvido que estariam reduzidas se ele estivesse a ser útil e acompanhado de forma mais personalizada, e não num local tão abrangente como o CAO. Eu sempre estive disposta e disponível a dar esse enquadramento.
Quanto a dependências amiga, eu também sei o que é isso acho que alías nunca nos largam pelo menos mentalmente, e falo por mim do tabagismo que me acompanhou ao longo de 30 anos é muito tempo, e que apesar de á dois anos
me ter libertado fisicamente,a minha parte cerebral ainda me confronta muitas vezes com a necessidade da nicotina...
Só uma grande força de vontade, para me manter firme, que os cigarros dão uma falsa sensação de bem estar...
Portanto o "papy" está na altura de deixar rssss
bjocas
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