Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Reflexos
Mãe Mina
Sugeri ao Bruno que escrevesse o que tinha sentido, nos dias em que a mãe esteve mais ausente, então ele escreveu seguinte texto:
Quem estava de apoio ao almoço disse que o rapaz já estava instável.
Aí os monitores tinham obrigação de dar a ele os medicamentos necessários para ele se conseguir controlar.
Ele á hora de almoço já me estava a provocar. E depois de almoço começou a chatear a seguir eu disse-lhe:
-"Tu não é para estares aqui, tu é para estares na horticultura".
A seguir ele não gostou e encostou-me à parede e não me largava. Quando eu me levantei apertou-me o pescoço. Os monitores estavam a dizer para ele me largar. E ele não me largava o pescoço e para me defender dei-lhe um murro e a seguir ele vinga-se e disse-me:
-"Eu mato-te"
E deu-me um murro e partiu-me o nariz.
Devido a ele me ter ameaçado de morte eu tive de deixar a instituição..
Ele é um rapaz problemático. Ele já tem feito mal a outros. Ele já a ameaçou partir um braço ao F**** e também já fez mal ao E****.
Todos têm medo dele.
E como já foi a segunda vez que ele me apertou o pescoço, eu da primeira vez tinha dito a ele para o M*** lhe agredir. Pois eles os dois já tinham andado á bulha no dia anterior.
Desta vez ainda houve quatro polícias que tentaram levar o rapaz para o hospital mas não conseguiram.
A instituição queria que ele fosse internado, para tratamento, como o pai e a mãe dele não cuidam dele é a instituição que têm de tomar conta dele.
Eu não quero mais ir para a instituição.
Depois de isto ter acontecido eu tive medo de ficar aqui sozinho em casa a mãe foi com a minha irmã para o hospital. A minha irmã teve de ser operada ao apêndice e meu pai teve de ir para o emprego.Quando estive aqui sozinho em casa eu só pensei nele e por isso eu tive de verificar se as portas estavam todas trancadas para ele não conseguir entrar em casa e matar-me.
Eu pensei que ele podia vir cá a casa e matar-me.
Bruno.V 17/11/2010
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8 comentários:
Oh Mina,só dá vontade de dar miminhos ao Bruno!Sente-se tal e qual o que ele viveu,bolas...tudo a acontecer ao mesmo tempo e o Bruno lá ficou sozinho...beijinhos grandes e rápidas melhoras da mana!
Dulce
È verdade veio tudo em catadupa, já estava a recuperar de uma veio outra, nem me deixam respirar...
O Bruno transforma estes traumas em fobias o que é complicado, o outro nem sabe onde ele mora, mas as marcas foram tão profundas que não há dia que passe que não fale nele...
Mas verificou a portas:-) e disse-lhe para que não abrisse a porta a ninguém, para se sentir mais seguro e podiam-me ligar em qualquer altura, para o tranquilizar...
Bjinhos e obrigada
Amiga querida:
Imagino, ou melhor só quem passa por elas é que pode imaginar, o que têm vivido.
Ele fez uma descrição perfeita e directa do que passou e das marcas deixadas.
Só lhe posso dizer que tem que ter muita força, coragem e um conselho que não sei se está a seguir, se precisar de apoio profissional não hesite.
A mim foi uma psicóloga, que se transformou numa amiga, que me salvou do descalabro total.
Há momentos da vida em que todas as ajudas são bem vindas.
Beijinhos a todos, as melhoras para os seus filhotes e a si um abraço muuuuuuito apertado da prima Fê.
Obrigada Prima Fê
Por todo o apoio que me tem dado, tem sido seguidas, mas eu não posso cair e por eles tenho de ganhar força e levantar a cada tombo...
Mas que é muito dificíl é principalmente, porque se está longe de tudo até do meio familiar que já é pequeno.
Vamos superando um dia de cada vez, pedindo para mais nada aconteça, quando nos querem pôr à prova toca aos nossos filhos...
Já ambos estão a recuperar ele ainda ontem se queixou que lhe doía o nariz e que estava torto, marcas que ficam...
Ela espero que quando começar a tirar os pontos também corra bem, ela é uma rapariga forte e corajosa...
Bjinhos e obrigada pelos conselhos
este rapaz conta tudo em pormenor!! tem graça parece que estamos a vive ro que ele viveu.
mas o medo dele deve estar ainda presente.
kis :=(
Avogi
Às vezes com demasiados pormenores e repetidos.
Só que o assunto sobre o qual eu queria que ele escrevesse não foi do que ele falou só o abordou mesmo no final.
O medo está muito presente, ainda hoje no supermercado quem é que ele viu!?... Ainda por cima ia com pai que me vez do acalmar, não lhe dá troco:-)
Foi a primeira coisa que me disse quando chegou a casa...
bjocas
Oh Bolas! Coitado do Bruno! Eu também ficava obcecada, tem razões de sobra.
Mas que chatice, imagino as voltas que isso lhe deu às entranhas. Lamento imenso.
As melhoras do Bruno e da mana
Andreia
Obrigada, já vão indo melhor ...
Embora esta obsessão ao Bruno não passe e até eu já me sinto cansada, de durante um mês a toda hora ouvir o nome do agressor e o medo e panico, parece que virou bebé, não pode ficar sozinho.
Bjinhos
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