
Como milhares de portugueses, fomos dar o nosso contributo de cidadania dirigimo nos á assembleia de voto, para mais uma eleição legislativa.
E embora o Bruno já tenha 24 anos, e já tenha adquirido o direito a voto á alguns anos, passou por outras eleições em que não participou, tal como nós pais...
Hoje decidi, que estava na altura dele fazer a sua estreia e participar activamente num acto eleitoral, fazer a sua escolha, ou não escolha de um partido para o representar na Assembleia da República.
Não lhe dei nenhuma indicação em que partido poderia ou deveria votar, para não influenciar a escolha.
Mas informei-o das situações de voto nulo,voto branco, ou eleger um partido colocar a cruz no que escolhesse, explicação teórica.
Correndo o risco dele se "chibar", a dizer qual o partido em que a mãe votou, e de me questionar o porquê daquele e não noutro, eu assumiria o risco, para ele ver na prática.
Claro que eu sei que o voto é secreto , o que eu não sabia é que havia tanta complicação a srª. presidente da mesa de voto foi chamar a srª. representante da comissão nacional de eleições, que me referiu que o Bruno não pode assistir ao voto da mãe, nem vice-versa. Enquanto a mãe votou o Bruno ficou sentado numa carteira há espera...
E poderíamos ficar por aqui. Vir embora sem o Bruno votar, que essa era a opinião do pai.
Só como a mãe é teimosa e não gosta que a derrubem assim, continuamos o espectáculo, já com o pai a "soprar" e fora de cena xD
Mãe e filho subimos á secção de voto onde ele faria a sua escolha, dei-lhe o B.I. e a folha A4 que é o novo cartão de eleitor.
E disse entregas aquele sr., a quem expliquei de novo que o Bruno tinha uma perturbação do espectro do autismo, e mantive-me á porta na minha vigilância...
O Bruno pega no boletim de voto, leva a caneta fornecida pela mãe, dirigiu-se por breves segundos ao privado, não terá achado confortável rsss, foi-se sentar nas carteiras encostadas ao quadro.
E afinal ele já tinha uma escolha feita , que depois argumentou comigo de uma forma coerente.
Mas sentadinho, ali na mesinha, escreveu no boletim o nome do candidato em que votava e nada de por o X, enquanto as pessoas que se encontravam a fiscalizar a mesa eleitoral, comentavam: Nós temos tempo!...
Cansada da" brincadeira", desloquei-me até ao Bruno, para lhe dobrar a folha em 4 e ele colocar na urna.
Pelo menos fizemos a experiência, não sei se repetirei, aliás até referi que seria a a 1ª. e última vez, que nos sujeitaria mos a esta prática.
E deixe-mos que o Bruno continue cidadão de 2ª., sem direito a escolha.
Que como eu volto a insistir, eles tem capacidades, mas necessitam de orientação, foi ele que fez a sua escolha, que até fiquei admirada pela coerência da mesma, e soube que tinha assistido á campanha eleitoral, e estava informado.
O voto não vai ter o efeito, que o Bruno lhe quis dar, será um voto nulo, eu diria um voto "Aspie", que queria eleger a pessoa, por isso escreveu o nome rsss