Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

sábado, 18 de fevereiro de 2017

À flor da pele


No dia internacional da Síndrome de Asperger.
Sem filtros, os sentimentos de uma mãe...
Não é fácil , abrir desta forma o coração, pode ser complexo e mal interpretado.
São mais de 30 anos a sentir este vazio, cada vez mais acentuado à medida que os anos passam.
Do desconhecimento, às dúvidas, incertezas, ao saber ou não saber o que fazer.
Passando pela consciencialização, sensibilização, falta tanto...
Não basta apenas sentir.
Claro que deveria agir, até porque o fim aproxima-se e não saber em quem confiar, não basta preparar...
A logística é importante.
O que existe para adultos?
Não sou  de "salamalecos", e sinto que todos, não são todos e que existem alguns, numa espécie de competição entre eles.
Não sei se esquecem que nesta vida o importante são os seres que iluminam o nosso caminho, e que nos fazem pensar "fora da caixa". E sentir aquele amor imensurável.
Posso parecer ingrata, mas eu pertenço a todos e não  me prendo a nenhum, não entendo que se for amigo de A, não posso ser amigo de B, o que me faz mexer é essencialmente o meu filho, e creio que aos outros pais será essa a sua prioridade,  sem desprimor para todos outros seres, que tanto nos ensinam a conjugar o verbo AMAR.
Não posso no entanto deixar de me sentir impotente, incompetente, por não encontrar a "caixinha mágica", que me permita viver, sem  esta dor do amanhã.
Sentir todos os dias este aperto no coração, depois de mim...
Não vou conseguir morrer descansada.

Mãe Mina

Nota- este blogue é pessoal, não é cientifico.
Deixo este artigo que devem ler , e que explica um pouco na generalidade esta síndrome.



8 comentários:

São disse...

Tem toda a razão, Mina.

Em Portugal funciona-se por capelinhas e isso é uma frustração para quem quer defender o essencial e abranger tudo quanto seja útil para esse objectivo.

Grande abraço cheio de solidariedade,

AvoGi disse...

Mina...
VolTei a estas andanças vim visitar-te
Kis :=}

Fê blue bird disse...

Prima, amiga Mina:

Só quem vive o "problema" o pode sentir e compreender na sua plenitude.
A sua dor, comum a tantas dores de outros pais impotentes perante a crua realidade, dilui-se infelizmente no labirinto de burocracias e falsas moralidades.
Não há vontade política nem social de mudar as coisas!
O Amor devia bastar minha querida amiga, mas não basta.

Compreendo-a e respeito-a, mas o que gostaria mesmo era de ter poderes para ajudá-la!

Um enorme e solidário abraço!
Fernanda

Mina disse...

São
Fala-se em vida independente, mas depois a única opção são essas capelinhas que diz.
Beijinhos e bom fim de semana

Mina disse...

Olá Avogi
Bem vinda, vou acompanhando as evanturas das "pulguinhas", no facebook, não tenho tido acesso a esta minha conta.
O computador foi todo abaixo e ainda não está bom.
Hoje consegui aqui entrar, vou tentar ir visita-la.
beijinhos

Mina disse...

Prima Fê
Deixa-me sinceramente "agoniada", que quando não se pertence à associação A ou B. Deixamos de contar para os números, que as pessoas são apenas números.
Isso incomoda-me que não possa ter liberdade de não ser de nenhuma e ser de todas, pode parecer estranho, mas é isto que sinto.
Ainda para mais estando nós disponíveis para todos que visem uma melhor qualidade de vida para os Autistas, evidente que não posso ser associada de todos e assim não sou de nenhum.
Nem teria condições, uma mãe sem remuneração, um filho a quem da miséra pensão ainda tiram 8 euros, já dava para pagar uma quota.

Beijinhos

Fê blue bird disse...

Prima:

Embora com as devidas distâncias e respeito, o meu filho que como sabe tem epilepsia está de novo no desemprego. Sabemos bem o que é descriminação a todos os níveis !

Se formos de determinada cor ou partido ou pertencer a determinado grupo social está tudo resolvido pois para eles não há desemprego nem falta de apoios.

Infelizmente esta é a dura realidade.

Beijinho solidário


O Toque do coração

Mina disse...

Prima Fê

Claro que entendo, quem não pertence aos tachos está excluído.

Beijinhos e vamos sentindo estes estados almas