3ª.- Etapa Redondela- Dia 15 Maio, apesar de andar-mos com alguma privação de sono, esta foi uma etapa tranquila.
Ainda nos rimos numa das pausas o José deitou-se no chão para descansar um pouco, e o Bruno com seu olhar de "caso", porque de véspera lhe tinha dito que em Espanha não era permitido dormir na rua, senão chamavam a policia , (aquela inocência).
Pernoitamos em mais um dos albergues que marquei, novamente beliches, blocos de 2 com cortina, desta vez a Isabel veio dormir connosco, o que nos deu alguma paz, ficamos os dois na parte de baixo dos beliches, na etapa seguinte já dormiríamos com mais privacidade.
4ª. Etapa Pontevedra- Dia 16 de Maio, neste dia houve alguns incidentes de percurso, com os nossos acompanhantes, numa descida com gravilha o José escorregou não conseguindo segurar a cadeira de rodas, milagrosamente o Edgar foi cair no colo da Isabel metros mais frente.
Depois paramos junto a um rio, para almoçar as habituais sandes.
O recomeço foi duro, muita subida com bastante calor, mas nada nos demovia do objectivo acabar cada etapa, locais com amontoados de pedras, onde tivemos ajuda de outros peregrinos para elevar a cadeira de rodas, muito difícil, já tínhamos feito mais alguns Kms, novamente o José caiu de costas em cima dos pedregulhos, mudou de cor, pela primeira vez o senti a vacilar, afigurou-se-me grave, e agora!? Que o motor deste clã estava lesionado, naquele local não tínhamos socorro, tinham de encontrar um percurso alternativo por estrada as muitas dificuldades que já tinham superado tinham de voltar a um local mais seguro, para continuar o percurso alternativo.
Fiquei divida entre o continuar-mos o percurso sinalizado, ou voltar-mos com eles, estava a sentir-me ingrata, pedimos desculpa e continuamos os dois, era importante para o Bruno completar as etapas pelos locais marcados, andamos algumas horas sozinhos.
Quando chegamos à cidade foi difícil encontrar a residencial que marquei, muito cansados tomamos o banho e já eram quase 21 horas reuni-mos com o grupo para jantar, essa era a nossa única refeição do dia.
Se achava que esta iria ser uma noite tranquila, com duas camas um quarto privado e wc tornou-se um pesadelo, numa zona central, o barulho dos miúdos a jogar à bola , as baladas do relógio da igreja, concentrei-me que aqueles barulhos iriam desaparecer depois da meia-noite.
As horas iam passando e a minha neurose era capaz de rebentar, logo esta noite que o Bruno até estava a conseguir dormir. Todo aquele ruído à minha volta me estava enlouquecer, até o barulho do quarto ao lado, pedi ao Bruno para trocar-mos de cama, mas o pior iria continuar pela noite dentro os bares sempre a "bombar" e as pessoas a falar a noite inteira, sem insonorização, aquelas marteladas , iam-se apoderando de mim, desta vez era eu que já ponderava não continuar o caminho, não ia conseguir caminhar, com tamanha bebedeira de sono.
Suplicava, para chegar o dia e sair dali, mas nem isso aguentei, às 5 da manhã acordo Bruno, para nos preparar-mos para partir, às 6 horas já tínhamos saído deste local de terror.
Ainda era de noite, saímos, não consegui ver praticamente nada desta cidade, aquela hora da madrugada, só via jovens deambulando pela cidade, e muito lixo espalhado pelas ruas.
Tivemos azar, ou será sempre assim pensei eu, não existe nenhuma lei, nesta terra que regule o ruído...
Soube depois, que no dia seguinte era feriado, nesta região.
Poderia não dormir, por outro motivo qualquer, não seria a primeira vez que tinha insónia, mas esta noite foi a mais dolorosa...
Desculpa filho ...
2 comentários:
Só tenho que a admirar mais por essa força que tem !!
Forte abraço, MIna.
São
Obrigada, o mais difícil nem é o cansaço físico, embora ele também esteja presente, a cabeça é que comanda.
Estas alterações de rotina, são complicadas, se fossem as noites todas a dormir no mesmo sitio, era mais fácil.
A mim a privação do sono deixa-me completamente do avesso, acho que é das poucas coisas que me tira do sério :)
Beijinhos e boa semana
Fique atenta a etapa final, está a ser escrita pelo Bruno
Enviar um comentário