Cuidar, é contribuir para a melhoria de qualidade de vida
das pessoas, que por vicissitudes da vida necessitam desse apoio próximo
efectivo e essencialmente afectivo.
Revertendo para o nosso caso específico, posso dizer-vos que
sou uma pessoa com sorte.
No espectro do Autismo existe uma tabela que classifica:
Severo-Moderado-Leve. Ainda assim dentro destes parâmetros são todos
diferentes.
Eu diria que o meu filho está entre moderado e o leve.
Tem alguma comunicação, o que não quer dizer, que saiba
comunicar de forma formal.
Sabe falar muito bem, é capaz de saber coisas inimagináveis,
mas não tem capacidade de argumentação, iniciativa, imaginação…
Imaginem a confusão que provavelmente irá naquele cérebro
sempre ocupado com os climas e a fixação em estar continuamente a falar no
mesmo assunto.
Alargar-me-ia em outras considerações: os movimentos
estereotipados, físicos e vocais, muitas vezes incompreensíveis (para quem não
lida) com esta “orquestra”, que acaba por nos esgotar, senão tivermos a
capacidade de “desligar”.
O maior desgaste, é mesmo o psicológico.
Felizmente não precisa de apoios a nível físico, mas precisa
de uma orientação diária, para todas as actividades comuns e normais do dia a
dia.
Simplificando, imaginem que as vossas pernas querem
movimentar se e não conseguem (há casos desses). Neste caso o cérebro tem lá
todos os comandos, mas não sabe utilizá-los.
Confusos!? Talvez por isso, as perturbações do Autismo,
ainda sejam um enigma.
Cuidar é estar presente 24 sobre 24 horas por dia disponíveis,
(sem nenhum rendimento, abdicando desses valores, a favor deste amor),tenho o
privilégio de sermos cúmplices e partilharmos, muitos momentos felizes.
Mina e Bruno Viana
Estatuto do cuidador informal JÁ