Síndrome de Asperger é uma perturbação neurocomportamental, de base genética, frequentemente encarada como uma perturbação dentro do espectro do autismo.
Embora seja uma disfunção com origem e funcionamento cerebral particular, não existe, ainda,marcador biológico, pelo que o diagnóstico se baseia num conjunto de critérios comportamentais, sendo os mais utilizados os expressos no DSM IV.
Do ponto de vista académico estas crianças apresentam diversas dificuldades, resultantes, por exemplo, de dificuldades de atenção, leque restrito de interesses, dificuldade em entender metáforas ou linguagem figurada e má coordenação motora.
A maioria das crianças com SA possuem uma inteligência média ou abaixo da média ( especialmente no domínio verbal), com maiores dificuldades na capacidade de compreensão e nos níveis de raciocínio mais elaborados.Normalmente fazem interpretações e análises muito literais, apresentando uma visão muito concreta e com grau de abstracção pobre.
Possuem um estilo de linguagem pedante,(com vocabulário e expressões fora do normal para a idade), que dão falsa imagem de que compreendem o que estão a dizer, quando na realidade, apenas estão a repetir como um "papagaio" o que ouviram ou leram.
As crianças com esta síndrome normalmente apresentam uma excelente memória de repetição (onde não é necessária a compreensão do significado), que apresenta uma natureza mecânica.
A capacidade de resolução de problemas é também fraca.
A criança com SA necessita de uma grande motivação para não seguir os seus impulsos.
A aprendizagem tem de ser compensadora e não pode ser fonte de ansiedade. Não se pode assumir que as crianças com SA compreendem algo, só porque repetem o que ouvem; Variações emocionais, múltiplos níveis de significado e factos relacionados com as relações interpessoais, como o que acontece nos romances não são frequentemente compreendidos.Os trabalhos de escrita das crianças com SA, são frequentemente repetitivos, apresentam mudanças rápidas de assunto e contêm conotações incorrectas nas palavras.Com frequência estas crianças não compreendem a diferença entre o conhecimento comum e as ideias pessoais e, consequentemente, assumem que o professor vai compreender algumas expressões complexas.
O trabalho académico pode ser avaliado como fraco, uma vez que a criança com SA normalmente não se encontra motivada para se esforçar em áreas para as quais não está interessada.
As crianças com SA possuem a inteligência necessária para fazer parte de uma turma do ensino regular, mas frequentemente não possuem os recursos emocionais para enfrentar as exigências da mesma. Estas crianças entram facilmente em situações de stress devido á sua inflexibilidade. A sua auto-estima é baixa, e são frequentemente auto-critícos, não tolerando os seus próprios erros. As pessoas com SA, principalmente os adolescentes, têm propensão para a depressão. São frequentes a reacções de raiva ou crises de temperamento em resposta a situações de stress e frustração. Só raramente as crianças com SA estão descontraídas, e ficam facilmente incomodadas quando as coisas não correm de forma como a sua rígida maneira de ser as dita. As interacções com as pessoas, e as exigências do dia-a-dia requerem um grande esforço.
Os profissionais que trabalham com estas crianças na escola devem proporcionar a estrutura externa, organização e estabilidade que lhes falta. É de extrema importância que os professores que trabalham com estas crianças adoptem estratégias criativas, não só para potenciar o sucesso académico, mas também para os ajudar a sentir menos isolados dos seus colegas e menos oprimidos pelas exigências do dia-a-dia.
Informação antiga retirada de uma brochura da (Apsa), da qual omiti a classificação dos critérios DSM IV, que colocarei num outro post