Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

quarta-feira, 4 de março de 2009

A Última



Só uma destas para me animar...
Tinha de registar ,pedi ao meu rapaz para o botão do fogão desligar.
Com medo de se queimar...
Vá de arranjar uma solução, que achou segura.
A colher de pau, pois então!...
Ao longe vá de tentar.
Até que chega, a irmã para o salvar...

5 comentários:

Mina disse...

Mesmo desconcertante, esta forma de contornar o medo. Só pudia vir de um ser tão especial. Que tem uma enorme dificuldade em vencer os seus medos. Muitas das vezes nem sequer tenta. Nesta até foi corajoso em se lembrar da colher de pau.Não se lembrou porém, que a colher pudia arder.
O que nos rimos os três a mãe não assistiu a cena, quando a irmã me contou, imaginei logo a cena rsss
E foi um momento de boa disposição, com os três a mãe e os filhos rir,ele participa sempre na risada, e comenta "achas piada".
Não me riu do meu filho que fique bem claro, mas riu-me com ele e com estas cenas quase irreais, com as quais convivo assiduamente, algumas acho que até já se tornaram banais ,que nem dou por elas, já fazem parte da forma de estar dele, e que só posso respeitar, e se já que tem que ser, não nos amarguremos, e compartilhemos uns risos.
Não se pode mudar o que Deus criou, e eu só posso estar grata e apaixonada, por este ser fascinante viver no meu espaço e mais ainda no meu coração, este belo rapagão.

Mrs_Noris disse...

Mina,
LOOOOLLLL Parece a minha pessoa quando tem de apanhar uma barata morta.
O Bruno, definitivamente, não gosta de “brincar” com o fogo. :)!
Só não percebi se ele foi com a colher ao botão ou à chama?
O meu pequenote também participa nas risotas derivadas de cenas onde ele é o actor principal e o “achas piada” é também muito usado por ele. O pior é que quando percebe que nos rimos toca de repetir a mesma cena vezes sem conta e não entende que para ter graça uma vez basta. :)! O riso é uma forma descontraída de lhes mostrar que determinado comportamento é absurdo. Eu também sou pelo riso, e pelo sorriso. ;)
Beijinhos

PDD-NOS (Menina) disse...

Só o facto de ter tentado arrajar uma solução, já foi mesmo bom.
Um dia destes ultrapassará esse medo, pois já deu o primeiro passo nesse sentido.
bjs Bete

Mina disse...

Noris
Era mesmo só para desligar o botão do fogão, só que placa tem os botões muito próximos dos bicos, estão mesmo ao lado, ele tem sempre receio, tal como com as facas é um absurdo, ele quase nem pode ver uma faca de cozinha, afastas-as como se fosse bicho pessonhento, ás vezes lá forço um pouco e peço para me dar a uma faca ele pega na parte da madeira , afastando-a o mais possível, quase sem olhar e fica quase em pânico até se ver livre dela, já as de mesa não o afligem.As risadas ele pergunta porque achas piada, porque não entende o riso como nós, ás vezes até pergunta se é uma anedota loool, e além disso o riso é contagioso e tal como choro é libertador, é bom que estes "meninos" homens, consigam transpor essa barreira, que lhes é tão fechada, a libertação dos sentimentos.
bjocas

Mina disse...

Bete
Já fiquei satisfeita, por ele não ter rejeitado o meu pedido, e depois pensar que puderia de longe com a colher de pau rodar o botão do fogão, já foi algo elaborado. Felizmente não se lembrou de soprar, como se fosse apagar uma vela, talvez porque tivesse também de se aproximar. Acho e atenção que é apenas a minha opinião, que as pessoas portadoras desta sindrome, tanto podem ser uns "medricas" como o meu filho, que tudo causa medo até subir para cima de uma cadeira para ele é drámatico, é sempre os perigos e os perigos. Como á outros que são os "super heróis" muito destemidos, que podem estar no meio da estrada como se de um passeio se tratasse, não tem noção do perigo. Na estrada felizmente o meu é atento, mas ainda assim tenho sempre receio, porque há alturas em que está mesmo na "lua". Dá-me impressão que não se consegue o meio termo, mas vamos sempre tentando, com muita persistência...
Bjocas