Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Não saber pedir ajuda



Quando se sabe falar, mas não se consegue pedir ajuda.
O parecer ser autónomo, mas não o ser (totalmente).
Quando o nosso filho é assim, nós sabemos e estamos atentos aos sinais.
O Bruno almoça na instituição e tem capacidade de utilizar o sistema "self-service".
Fá-lo de uma forma mecanizada, sem necessitar de apoio...
No entanto, ontem, aconteceu uma contrariedade. Entornou-se o copo de água sobre a comida.
Resultado: o Bruno não almoçou porque não soube pedir outra refeição e a monitora, que estava de apoio, nem sequer deve ter reparado!...
Será que tem a ver com o parecer e não ser?!, como as pessoas o julgam...

14 comentários:

Mina disse...

A mãe escreveu com base na fome que ele tinha ás 15.45 horas, quando o foi buscar.lool
Que quis logo um pão com chouriço,
após relatar o sucedido.
Mas depois de ler o post que a mãe escreveu teve outra opinião.

Anónimo disse...

1º.-Há muitos formandos a almoçar ao mesmo tempo e a monitora tem mais formandos para dar atenção, e como tal não pode dar atenção a mim.
2º.-Eu já tinha começado a comer e quando já ia a meio, é que água se entornou para cima da comida.
Eu não pedi outro prato porque já tinha comido alguma comida que estava no prato, se não era capaz de pedir mais comida.
Também já tinha comido a sopa e não precisava de comer mais e achei que era altura de parar, para não ficar mal disposto.

PDD-NOS (Menina) disse...

Olá Bruno, tudo bem que até já tinhas comido algo, mas isso não desculpa a falta de atenção da monitora.
Ok, já não precisavas de um novo prato cheio de comida, mas secalhar mais um pouquinho não teria sido mau.
Nós Pais que pagamos impostos ao estado, que pagamos as insttuições, temos o direito de ficar tristes quando verificamos que não não atenção aos nossos filhos que são para nós o maoir tesouro do universo.
beijinhos Bete

Mina disse...

Bete
É um pouco demonstrativo também da falta de auto-estima do meu rapaz que os outros estão primeiro. Acontece muito frequente, ele queixar-se a mim, ou porque não lhe deixam beber água, ou porque o empurram, ele apesar de ser queixinhas, nestas coisas não se manifesta, na altura devida e nunca pede auxílio.
As pessoas é que tem de estar atentas, e é uma grande responsabilidade deixar adultos desta natureza com tão pouca vigilância.
Bjocas

Mrs_Noris disse...

Mina,
Eu era assim um bocadinho como o seu Bruno. Tinha a ver com a minha personalidade extremamente tímida. De certeza que se entornasse o copo dentro do prato, não pediria ajuda a ninguém, muito menos outro prato, pelo contrário, com toda a certeza, tentaria disfarçar o desastre (lol). Só depois dos 30 é que comecei a perder a vergonha. Já o meu filho não hesita em pedir ajuda às pessoas, às vezes em tom autoritário, como se as pessoas estivessem ali apenas para o servir. Ele entra nas lojas imaginarium apenas para pedir chupa-chupas às meninas, com a maior lata deste mundo. Mas ontem até mostrou algum reconhecimento. Pediu-me ajuda para passar um nível mais difícil dum jogo de vídeo – “Preciso da tua ajuda!” - disse; Tentei ajudá-lo e quando finalmente passei o nível, sai-se com esta: “Conseguiste mamã, és um génio!” (lol)
Na escola, também pede ajuda com o lanche, alguém lhe abre as tampas dos yogolinos que leva na lancheira. Eles, por comer é que não ficam (kkk).
Beijos.

Mina disse...

Noris
O Bruno não deixou de pedir outro prato por timidez, mas por incapacidade de o fazer e estava em ambiente conhecido, deu concerteza sinais que ninguém percebeu. Porquê não acredito que ele tivesse virado o copo para o prato e ficasse impávido e sereno.
Mesmo que a situação tivesse ocorrido com outro colega ele manifestar-se-ia, até de forma secalhar desajustada, porque também não tem noção do ridículo.
É muito importante saber pedir ajuda , ainda bem que o "nosso" pequenote o faz.
No caso do Bruno, ele emite sinais de desconforto ou aflição.
Lembrei-me agora de uma situação passada a muitos anos ainda andava ele na escola primária na 1ª. classe, houve um desencontro dele com a tia, que o ia buscar nesse dia.
Então sem pedir ajuda sentindo- se atrapalhado, pega na mão de um senhor e indica-lhe o caminho para a nossa casa. Que alivío!...
O que vale o senhor era conhecido.
bjocas

LuisaB disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Visite www.arteautismo.com disse...

Bruno, meu filho é autista clássico com rompantes aspies. Ou seja , ele é inteligente algumas vezes e outras não. No caso da comida , se acontecesse com ele , ele ia ficar muito irritado ( Nao ia agredir nínguém, pois é mto comportado)e ia querer outra comida. Se tivesse uma monitora a um quarteirão ele ia atrás.hehehe
Mas sabe acho mais sensato o que voce fez; Já tinha comido um pouco e queria que os outros também comesse!
Acho que voce seria o monitor ideal desta escola, por causa do seu grande coração. Esta monitora não está legal. Distraída a pobre....
Olha gostei muito do seu blog , vou voltar viu?
Dá um beijo na mamãe Mina por mim.
Um beijinho para voce!
Ray

paula machado disse...

olá Bruno

para a próxima que isso acontecer pedes á monitora que te troquem o almoço
nem que seja só para ela estar mais atenta ao sucedido

espero que não te importes vou pôr o teu link no meu blog, e vou passando por aqui para saber novidades

beijinhos do tamanho do Mundo

Anónimo disse...

Olá Ray, eu não conseguiria ser o monitor da instituição porque estão lá muitos formandos e não era capaz de dar atenção a todos eles ao mesmo tempo.
Beijos

Anónimo disse...

Olá Paula Simões
Obrigado por adicionar o meu link.
Volte sempre.
Beijinhos e abraços.

Mina disse...

Olá Luísa "mana"
Hoje não foi premiada com a escrita do Bruno,ele esteve a ler só que a quantidade de texto, ele tem dificuldade em responder, uma vez que ele agarra-se a curtas frases, acaba por tbm ter dificuldade na gestão do pensamento.

E concordo em absoluto, que estes escritos não sejam para os ridicularizar,mas para os reconhecer, e tentar entender, o que como nós bem sabemos não é facíl e espero com estas nossas vivências que não são ficção, contribuir para abrir caminho, no reconhecimento e na atenção que os autistas/ aspergeres necessitam.

Quando eu sentir que não é essa a minha participação, pois fecharei a porta, que sempre tive receio em abrir, alías só a coragem e carolice do Bruno, me fez entrar nesta viagem...

E se ajudar alguém a querer entender já terá valido a pena.

Bjocas

Ah!... as melhoras da gripe, de dispensamos o contágio lool

Mina disse...

Oi, Ray
O Bruno agora também anda muito comilão, acho que faz parte da ansiedade, que é compensada com comida, e já tem um bom "pneu", portanto até fico admirada de não ter reclamado ou dado assim um grito que alguém ouvisse.
E penso muito em si minha amiga, que ainda tem de ter uma atenção redobrada aos sinais do Felipe. Que o meu mesmo falando, eu faço uma inquirição diária, para saber tudo o que passou durante o dia.
Bjocas

Mina disse...

Paula

Não creio que lhe vá servir de lição, até porque ele continua achar que a monitora, não pode olhar pra todos que são mais de trinta.
Secalhar a ideia é que houvesse mais monitores, faria sentido. Parece-me insuficiente uma pessoa a cuidar de jovens|adultos com caracteristicas, de doença mental( o que não é o caso do Bruno).
Bjocas