É com profunda consternação e dor, com sentido pesar, pelas
famílias enlutadas, que apenas imagino a dor inapagável que estão a sentir
neste momento.
Aqueles que perderam os bens materiais desculpem o meu
egoísmo, mas a VIDA é o bem mais valioso e essa não se recupera, tudo resto
renasce das cinzas.
Aproveitem a vida e deixem a mesquinhez do que não vale a
pena, a vida perdesse a qualquer momento, e o que levamos no momento da partida
são as memórias dos afectos, pelo menos para mim são.
E só estou a escrever agora e não o fiz mais cedo, apesar de
estar a seguir nos média o trágico desenrolar deste caminho negro em que
aquelas localidades se transformaram num autentico inferno terrestre, mais uma
vez reforço as minhas condolências às famílias das vitimas que não conheço.
somos todos irmãos.
Tocaram nas raízes do meu coração, Pedrogão Grande a terra
dos meus pais, as recordações dos carreirinhos verdes, das fontes que brotavam
água, das ribeiras onde lavavam a roupa, da frescura das adegas, dos animais
que podia levar ao pasto, das pessoas que partilham o duro trabalho do campo e
de levarem o farnel, de andar de pés descalços a regar o milho, de arrear a
burra para tirar água do poço, das escamisadas *, um rol de memórias que valem
milhões e fazem de mim a pessoa que sou, que dá prioridade a este sentir de SER
humano, talvez "lamechas", mas estes são alguns dos tesouros que
nenhum incêndio apagará ( a não ser quando me falhar a memória) a tal
"lamechice" que se chama Amor, guardo até hoje os valores e o amor ao
próximo a dádiva dos meus tios Augusta e Zé António.
Muita força a Todos/as , e que este inimigo dê tréguas ás
populações , e aos soldados da paz um bem haja.
Felizmente, neste dia a situação do fogo , está muito mais
controlada.
Desculpem o desabafo, não consegui ficar indiferente , ao
sucedido.
Quero deixar uma
mensagem de esperança , depois da tragédia irá florescer.
Aos que enfrentam a dor da perda, que encontrem força na
memória dos afectos.
Mãe Mina
*-Tirar a "camisa" do milho
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