Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Murmúrios
Ouço, no quarto ao lado, murmúrios em alta voz!
-Tenho medo de ficar cego.
Vou, ver, o que se passa, se magoou se, com alguma coisa.
Estava apenas a falar, com os pensamentos, em voz alta.(enquanto escrevia sobre climas)
-Porque haverias de ficar de cego!?
-Podem dar-me um murro no olho , como me deram no nariz.
- A que propósito!?
-Só consigo ter pensamentos negativos. Tenho medo. (responde).
É habitual, dialogar com ele próprio.
-Porque não tenho ninguém com quem falar.(refere tom entristecido)
A triste realidade, de quem não têm amigos.(quando existem são jóias preciosas)
Porque dificilmente consegue manter uma conversa, e as pessoas ainda não sabem lidar com método "saca-rolhas", ou estarem a ouvir falar constantemente no mesmo tema.
Enquanto a irmã , fala e fala , horas infindáveis no pc, o que lhe causa imensa confusão, como é que ela fala tanto, mas também, é só por detrás do monitor em jogos inter-activos.
Mãe Mina
Eu não me posso esquecer, que se imitar o que a minha irmã diz, eu sofro as consequências, que são a minha irmã matar-me com uma faca.
Não posso provocar.
Não posso imitar, a última vez foi no dia 22/07/2014 às 22 horas, 22 minutos e 22 segundos.
Agora, é só ignora-la
A minha irmã está no limite e a qualquer altura pode passar-se e matar-me com uma faca.
Ela anda a ameaçar espetar facas e matar-me.
Eu tenho que pensar nestas consequências, que posso sofrer e por isso sofro com medo.
Tenho que ter muito cuidado.
Ela pode passar-se saltar-lhe a mola a qualquer momento.
A ver se leio isto e penso bem todos os dias.
Cada vez que me lembrar de ir para o corredor imita-la, rezo avé Marias.
Texto integral do Bruno V.
Nota-Embora as situações , não correspondam ao mesmo espaço temporal, relacionam-se com os medos que estão sempre latentes, não sei quando escreveu o texto anterior, mas terá sido próximo da data que menciona ao pormenor :)
Acho, que se esquece muitas vezes de ler, o que escreveu, e continua a imitar a irmã, é mais forte que vontade.
Etiquetas:
autismo,
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medos,
Reflexão,
relações.,
texto do Bruno
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4 comentários:
Quer dizer, nem as Avé-Marias lhe valem...:)
Beijinhos para vós
São
Eheheh, nem Pais Nossos, ele esquece-se ,e como não têm com falar, têm com quem implicar. meu rico filho.
Naquele dia ela atirou-lhe com uma bandolete do cabelo ;)
Beijinhos
Prima, um desabafo feito na sua maneira diferente de sentir.
No entanto imagino que para ti não deve ser fácil conviver com essa constante ansiedade.
beijinhos aos dois
Fê
Prima Fê
Muito difícil contornar os dois.
Ele estando no espectro, têm obsessões, não consegue desligar o sentido da audição e agora a irmã saiu-lhe na rifa.
Por mais que lhe diga que só ouve, porque quer ouvir, mas para ouvir melhor e imitar até bem para o corredor.
Beijinhos e bom fim de semana
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