Aos 16 anos já houve outra psicóloga a referi lo como sendo portador PEA.
Os pais e uma tia que trabalhava com menino autista, por volta dos 3/ 4 anos achamos comportamentos estranhos, e relacionamos com comportamentos autistas à mais de 20 anos não tínhamos internet nem sequer literatura disponível, síndrome de asperger era desconhecido.
Quando exibiram o filme "Encontro de irmãos" ,identificamos o Bruno com aquele personagem o (Dustin Hoffman), e outros familiares também nos alertaram para o facto fazendo o mesmo reconhecimento (tinha ele 4 anos).
Na altura criei muitas expectativas e dada a elevada memória e os bastos conhecimentos para a idade, ele era um geniozinho que nos surpreendia com as suas capacidades, perspectivei que estava perante um génio inadaptado ( como as figuras que são referidas Einesten, Winston Churcill...
Foi tendo vários diagnósticos sob dotado, perturbação emocional, border line.
Nunca tive fases de revolta.
E sempre estive disponível para colaborar com escolas, com o psicólogo que o acompanhou do departamento de pedopsiquiatria do hospital D. Estefânia onde íamos às sessões de psicoterapia.
Não fez nem terapia da fala, nem psicomotrocidade (ainda hoje motricidade fina desajeitada).
Na escola teve acompanhamento especial desde a entrada na infantil aos 4 anos com educadoras de ensino especial algumas horas por semana.
Na primária teve nos 1º. e 2º. ano., abdicando no 3º. e 4º. anos.
Do 5º. ao 9º. ano tinha apoio também com professora de ensino especial uma manhã por semana, tinha ainda apoio a Matemática, Português e Inglês.
Nunca foi aluno de alto rendimento, nem isso nunca me preocupou as notas sempre foram secundárias, embora tenha transitado sempre ao abrigo do antigo decreto lei 319, Ponto forte sem dificuldades a matemática, pontos fracos tudo que implique compreensão de textos, só facilitado com perguntas directas.
Do 10º. ao 12º. feito por disciplinas , poucos apoios escolares, só no último ano 12º Também frequentava um curso de formação profissional numa instituição de ensino Especial durante 4 anos.
E o que fazemos hoje em dia que já não há escola , nem emprego, e que as instituições actuais não promovem o enriquecimento pessoal destes cidadãos, passou por CAO (3 anos) e por FSO (1 ano), ambos ocupacionais muito básicos na sua generalidade, para quem tinha competências para muito mais.
Saiu porque foi agredido, mas não era local em que eu gostasse que ele estivesse, embora estivesse adaptado...
O bebé perfeitinho é um homem sem vicíos não fuma , não bebe não sai à noite, que posso mimar sempre, e que será sempre dependente de orientação.
Como mãe tornei-me uma pessoa obstinada, ele foi sempre a minha prioridade e continua a ser o meu calcanhar de Aquiles, o seu Futuro.
Sempre achei, e insistentemente me tenho batido, que ele pode ser uma pessoa útil à sociedade, já olham para mim de lado como se fosse uma mãe em completo delirío.
Actualmente, está em casa a tempo inteiro à quatro anos sem programa especifico, tento ocupa-lo e tira lo de casa o mais possível, fazemos caminhadas, e quando o pai pode passeios de bicicleta, hidroginática, piscina e criei o projecto de voluntariado inclusão/ educação para ser mais uma forma de o trazer ao mundo.
Fazemos alguns passeios de comboio, e assim passamos o nosso tempo.
Não é o ideal, mas o possível...
E hoje!? O quê, que me motiva!?
11 comentários:
Nota: este texto, já estava escrito à bastante tempo, fez parte de um trabalho que me pediram, esteve aqui guardado nos rascunhos, até hoje que resolvi partilha-lo.
Quem acompanha este blogue, desde início e outros em que participei, desde 2004, (ainda muitos dos meninos que vou conhecendo não tinham nascido) :) conhece todos este percurso...
Um pequeno resumo de uma vida cheia, preenchida, com afectos <3
Beijinhos a todos
Agradeço a todos os visitantes e companheiros desta caminhada, rumo ao mundo que queremos mais inclusivo, de partilha, dedicação compreensão.
Um meu especial apreço, por aqueles cujo coração ficou tocado, e alguns mantêm-se fiéis a este nosso cantinho de intimidades e muito carinho...
Gosto da sua força e lucidez e lamento muito que o nosso país esteja a ficar cada vez com menos respostas e apoios para toda a gente e ainda mais para quem necessita delas um pouco mais.
beijinhos par vós
São
Obrigada, por se manter fiel, a este cantinho,à tantos anos e já fazer parte desta família, que é a nossa :)
Não peço demais, nem de menos, a medida justa, não é caridade, é oportunidades, consciente das dificuldades...
beijinhos
Nada tem a agradecer !!
Justiça não é nem nunca será caridade, mas aqui estamos a perder todos os direitos ...
Beijinhos para vós.
Minha querida prima e amiga:
O que te motiva será sempre o teu incondicional amor de mãe.
Como mãe nunca poderia ficar indiferente a todo o vosso percurso de luta, obstinação e principalmente aplaudo a grande dedicação e cumplicidade que partilham.
Minha amiga o futuro actualmente é uma incógnita para todos os jovens, particularmente para os mais frágeis e dependentes.
Que nunca vos/nos falte a coragem é o meu desejo sincero.
beijinho amigo e comovido
Fê
São
Beijinhos, têm razão a gentileza a amizade a partilha, não se agradece....
Bom fim de semana, se não nos encontrar-mos até lá
Prima Fê
Como tão bem compreende, esta humilde mãe, que como todas as mães querem o melhor, para os filhos ( mas sem exceder as suas capacidades, e respeitar as suas dificuldades).
Não vamos atira-los às "feras", neste mundo competitivo, que se preocupa mais com as estatísticas do que com as pessoas.
Beijinhos e bom fim de semana, que se aqui não voltar fico já despachada :)
Pois eu acompanho estas peripécias há muito embora tenha estado afastada quatro meses da blogo.
Voltei e recomeço a visitar velhos amigos.
Obrigada a esta prima da prima Fê, que me visita mesmo sem eu a visitar.
Desculpa por não ser tão'presente como desejaria, mas vemo-nos no feicecaras todos os dias.
Kis :=)
:) Eu sei Avogi, desde o tempo das àguas furtadas, ainda este blog nem existia, e já nos fazia companhia.
Também eu tenho estado menos presente , por aqui e pelos blogues amigos... o Tempo não é elástico,e algumas vezes leio, mas não não consigo comentar tudo. que facebook também ocupa muito tempo...
Estou a pensar, retornar apenas ás origens...
Beijinhos para Avogi e "Pulguedo" e até logo, vou visitar e a ver se deixo a pegada
Bravo, cara mãe. é o incondicional amor de mãe, é a fortaleza que as mulheres carregamos ombros...
penso que há muito a fazer por estes seres humanos e por tantos outros com tantas outras nuances. já se deram grandes passadas mas falta ainda tanto!...
penso que pessoas com este síndrome necessitam do seu próprio local de trabalho: um café próprio, um estúdio de fotografia, ... aproveitando os seus pontos fortes algo que esteja nessa linha.
marta.brandao.cabral@iol.pt
Olá Marta
Obrigada, por ter vindo e deixar pegadas, estamos no mesmo "carrocel", pelo que me parece!?;) levarei alguns "kms" à frente, e são todos, tão diferentes.
Ainda à esperança principalmente para quem está a começar, à mais de 20 anos, até a palavra assustava.
E sem dúvida, que um trabalho que os motivasse e valorizasse , seria uma mais valia, e um dos nosso projectos, passa por café, não sei se leu por aí ou se adivinhou rss, embora só possa ser com a condição de protecção orientada, neste caso...
Beijinhos e volte sempre
o nosso email, está no perfil, pode também visitar-nos em :https://www.facebook.com/pages/Asperger-%C3%A0s-Claras/471018439618045
Enviar um comentário