Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

terça-feira, 18 de maio de 2010

"Monólogo"

Há hora de almoço, enquanto espero pelo Bruno, no local combinado.
Já lhe tinha ligado, que ele hoje atrasou-se, e esta hora de almoço é complicada, com os minutos contados...
Enquanto estou na viatura há espera, apercebo-me que vem um homem ao lado dele a falar.
Quando ele entra na viatura pergunto-lhe : é teu colega?!...
-Não!... É o senhor do café responde-me.(é onde ele cotuma vir ler o jornal ao intervalo)
-O que estava o senhor a perguntar-te?!...( mãe sempre cusca)
-Não sei!...(diz-me)
-Como não sabes!... Não lhe respondeste!...
-Não!... Estavas tu aqui já à minha espera, rsss
Então o resto deixou de interessar ihihih

6 comentários:

AvoGi disse...

sem dúvida que a preocupação dele era mãe ou a segurança dele era a mãe. sempre o seu porto de abrigo.kis:)

Mina disse...

Avogi
O problema é que podem achar que é mal educado, porque se senhor tivesse repetido a questão, para o "levar", á resposta, mas não percebeu e a maioria não percebe.
Estas pequenas ausências, e a mãe estava no seu foco de atenção, ás vezes estou já a vê-lo e ele a fazer sinais como se não estivesse a vê-lo...
bjocas

Fê blue bird disse...

A amiga tem que ser sempre em alerta vermelho, o que deve ser desgastante.
O seu filho foca-se no que lhe interessa, e a mãe é a sua âncora constante.
Um beijinho aos dois.

Atena disse...

Sabe Mina, por vezes deixo ver como é o meu Vasco com os outros, e fico de longe a observar as reacções, as supostas conversas...Percebo que é também essa espécie de monólogo. Aí peço sempre a Deus que me dê muita saude e força para andar por cá muitos anos para o proteger sempre. Entretanto, prossigo nos meus ensinamentos diários, na rua, nos centros comerciais, no supermercado, nas lojas... tento ensinar-lhe competencias sociais para que cada vez consiga mais e melhor sociabilização. Nunca perco a esperança mas sei bem que as dificuldades do meu menino estão presentes no horizonte. Valha-me que acredito que existem pessoas boas e que sempre há quem compreenda e ajude quando assim for preciso e eu não estiver por perto!

Mina disse...

Fê blue bird
Graças a Deus e a já com alguma prática, em algumas situações ponho o coração ao lado, porque ele vai ser sempre frágil e dependente, e ás vezes tenho que até fingir que não sofro. Para o poder libertar e temos conseguido soltar algumas "amarras", mas há coisas que não mudam, e esta forma de relação com os outros irá manter-se, o meu papel é explicar como lidar, ele não nem mal educado nem surdo quando não responde...
bjos

Mina disse...

Atena
Eles são sem dúvida particulares e os outros com persistência irão entender, e se formarem uma cadeia muitos vão perceber, todos os que passaram pelo percurso do Bruno, já ganharam algum ensinamento.
Observação ao longe é coisa de mãe rsss.
Acho que deves insistir nas competências sociais , por muito que ás vezes possa parecer que não resulta, um dia verás os resultados, e muitas surpresas e revelações...Fé e persistência, é o caminho...
bjocas