Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Reconhecer a Diferença!..


Muitas vezes tenho pensado e debatido entre amigos e até com pais, de pessoas portadoras de PEA, a dificuldade que à em reconhecer uma pessoa que está dentro desse espectro.
Eu própria que lido com um caso específico diariamente, há já alguns anos, tenho ainda alguma dificuldade em reconhecer outros casos, quando estão fora de um contexto.
Só através de uma conversa e dos comportamentos por vezes bizarros, poderei ficar com alguma convicção, porquê certeza só tenho no caso do meu filho.

Num programa de TV da manhã, vi um jovem adulto com trissomia 21, ir cumprimentar os apresentadores, com a maior das naturalidades, como alias eles são normalmente naturais, afáveis e meigos.
E veio-me á ideia este pensamento, e se fosse o meu filho a fazer uma abordagem!..
Ele possivelmente, nem iria cumprimentar…
Claro que se iria notar!..
E reconhecer?!...
Já deu para perceber através do nosso blog, que fazemos muitos programas juntos, que vamos com ele a todo lado.
Eu sei que ele se faz notar, e que no fundo eu tento controlar.
Denoto também que as pessoas reparam, mas não conseguem identificar…

Tudo isto a propósito, de que noutra altura esse mesmo programa de TV , foi feito com transmissão directa da nossa cidade e nós estivemos a assistir ao vivo.
O Bruno queria interpelar o Jorge Gabriel, e até tinha já um “chorrilho” de perguntas para lhe fazer, grande parte delas sem nexo e outras repetitivas sobre os concursos e os concorrentes dos concursos que ele apresentou.
Claro que neste tipo de programa em directo, eu não podia permitir a aproximação.
Seria com certeza apanhado por algum segurança, e ficaria muito atrapalhado.
Quem iria perceber?!...
Que, afinal ele é apenas portador de síndrome de Asperger.

4 comentários:

Grilinha disse...

Partilho dessa opinião. Apesar de alguma informação que tenho, muitas vezes não consigo reconhecer um problema, especialemnte os PEAS. Na hipoterapia há vários casos e nunca perecebo muito bem. Tenho de perguntar. Respondem-me PEA....
Pois a mim...parece-me normalidade que algumas variantes (mais birras), menos faladores...nada de especial. Não é menosprezar. É achar que são apenas só isso no meu entender de leiga: variante da normalidade. Mas sei que o assunto é bastante mais complexo que isso..

Mas pelo menos não se leva com algun olhares que eu conheço....
Em alguns casos, claro.

Bjs muito doces

Mina disse...

Grilinha querida, eu também entendo o lado dos que estão visívieis, a "olho nu".
Falei de trissomia 21, porque de facto no programa que vi e que me fez voltar de novo a este pensamento, como poderia ser alguém com PC ou paraplégico etc, e não me leve a mal este desabafo, mas ás vezes creio ser mais facíl, a aceitação, nem que as pessoas olhem digam coitadinho.
No caso de PEA, e especificamente no caso do meu, porque este espectro é de facto muito basto, também é visível e ainda mais na idade adulta, onde existem imensos padrões de conduta, os quais para ele são dificeís de cumprir.
Estar constantemente a estalar os dedos(vulgo castanholas),agitar braços tipo (voar), fazer ruídos com a boca, balançar o tronco e por aí fora ,e isto às vezes, partir assim do nada, eu penso, e são apenas conjunturas minhas que tenha a ver com os pensamentos e o seu "estado cerebral desocupado". E eu ando sempre a chamar a atenção, acho que ele nem se apercebe e muitas vezes diz-me que não consegue controlar. é mesmo intuitivo...
E em relação a conversas e perguntas que faz, obdecem a um padrão, só faz perguntas para as quais ele sabe a resposta, para não ser surpreendido.
Herdou o gene ansioso da mãe, só que ele não o consegue controlar, e até a procura do isolamento ás vezes tem a ver com isso, o não ter ninguém para o repreender, quando está nestes estados de descompressão...
E desculpa-me também este pensamento, mas cheguei a pensar senão seria melhor, ter algum sinal físico, tenho ultrapassado essa fase, até porque ele é o mais querido, e esta fez-me lembrar ele com três anos quando lhe perguntava, quem era o meu "Nenuco" e ele respondia é o Bluno o mais queri.......do...(Ah, isto tem a ver com gosto dele pela publicidade, nessa época)
Hoje fico por aqui até porque recordações são muitas...
Beijocas

Nota: quer queiramos quer não quem é tocado pela diferença, ganha outra sensibilidade,
e até notamos isso no percuros escolar do Bruno.

Mrs_Noris disse...

Eles enganam, até os próprios especialistas ;)

Mina disse...

Noris
Há alguma dificuldade em reconhecer estes quadros de PEA, no caso do Bruno por exemplo em pequeno era pouco percepetível, tirando quem estivesse muito tempo a conviver com ele o resto não reconheceria, sinais...
Até o isolamento quando são pequenos achamos natural, e confundesse com timidez, depois desde pequeno que tinha muitos conhecimentos, o que lá está confunde qualquer um, até os técnicos mais conceituados, erram e o Bruno foi acompanhado por um especialista que fazia estudos sobre autismo durante os meses de Verão em França e dizia que o Bruno tinha um problema emocional, que não sabia gerir as emoções...
Um outro que o viu em adulto, só pelo simples "bacalhau" e olhar disse logo que ele era Asperger, mas já adulto, para nós pais ele sempre teve os sinais, este tal técnico que falei atrás, quando deixou as terapias já nos dava alguma razão, embora parecesse que não queria voltar atrás na sua primeira apreciação, lá foi deixando cair o véu...
bjocas