Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Lembranças (2)


Como já deu para perceber a tia Isabel é um elemento de referência para o Bruno...
Chegamos a socorrer-nos dela muitas vezes nas férias, quando não conseguíamos ter férias no período em que o ATL fechava, ou ainda quando havia necessidade de fazer horas extra, a tia ia buscar à escola ou ao ATL.
Numa dessas vezes em que a tia o foi buscar à escola, tinha ele para aí uns 6 anos, houve um desencontro, e a tia chegou a casa pensando que eu pudesse ter saído mais cedo e já estivessemos em casa os dois.
Quando ela aparece sem o miúdo ficamos numa enorme aflição.
Ele saía ás 18 horas e eram quase 19 horas ainda não sabíamos dele.
Estávamos nós já numa fase de descompensação...
Aparece-nos à porta um Senhor com o Bruno pela mão.
Nem sei se o Bruno o conhecia!.
Ou se foi só por ser a pessoa que estava ali mais à mão.
Então o Senhor esteve-nos a contar que o Bruno agarrou-o pela mão e o orientou até nossa casa...
Sem fazer nenhum pedido, nem nenhuma explicação, que alías ele nem saberia dar.
Apenas o puxando, pela mão, guiou até a casa, sem palavras, não que ele não soubesse falar, que sempre soube e saberia a morada e número de telefone, mas tinham de lhe perguntar.
O ele ter aquela iniciativa ainda agora me surpreende...
Foi um milagre ter encontrado uma pessoa de confiança, que o conseguiu perceber.

2 comentários:

Mrs_Noris disse...

Que angústia Mina. Eu tenho pavor desses desencontros, às vezes basta uma distracção. Costumo ter um pesadelo que já é recorrente: que o perco no meio dos cabides do El Corte Inglês. Até já evito entrar lá com ele...a sério.

Mina disse...

Noris

Nem me fale, é de ficar-mos apavorados, a mim até parece que o coração pára.
Por acaso o Bruno, nunca foi de se afastar muito, estas crianças têm têndencia não é a afastarem-se mas a ficarem perdidos nos pensamentos e se algo os chamar á atenção ficam por ali.
O Bruno costumava nesta idade pregar partidas à avó Rosa, que mal podia andar e ele fugia, parece que tinha prazer em ver a avó aflita, que ás vezes tinha de pedir ajuda a algum transeunde, para o apanhar.

E agora no Verão com praia todo o cuidado é pouco, mesmo crianças que não tem nenhuma síndrome podem se perder.

Lembrei-me agora de um episódio de um sobrinho meu, que com dois anos, deixou de avistar os pais, mas estes estavam a vê-lo e eu também, então ela andava pela praia a dizer mãezinha eu estou aqui, xD primeiro numa voz calma, depois em tom alterado e de aflição, não estava perdido que estavamos a acompanha-lo, mas foi uma lição para ele não se afastar.

Não me parece nada bem o M. pendurado num cabide,rssss
Bjocas