Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

"Questionários Académicos"



Sempre que nos solicitam, respondemos aos questionários, com a maior clareza e transparência, este foi para um trabalho de um estudante psicologia do Brasil. Já foi em 2013.

1)Qual a idade do seu filho?
R: 28 anos
2)Como é o seu relacionamento com seu filho?
R:De muita empatia e cumplicidade, que foi trabalhada ao longo dos anos, mesmo quando ele não olhava direto (ainda hoje tem dificuldade), ou não beijava, não respondia, sempre insisti muito nesta linguagem dos afectos.
Resumindo é uma relação de amor incondicional.
3)Quando você notou que comportamento do seu filho era diferente das outras crianças.
R:Ele só entrou num infantário aos 4 anos, mas apartir dos 2/3 anos , notei que a parte social era inexistente, a brincadeira era sózinho (mesmo com outros por perto ou junto), não tinha sentido de posse,falta iniciativa na inter-acção com os pares,não podia haver faz de conta, e as histórias tinham de ser sempre iguais.
4)Ao notar essa diferença qual o tipo de ajuda que você buscou (ex- médica, psicológica, religiosa, outro caso)? Onde você buscou essa ajuda?
R: Insistentemente referia-mos à pediatra os comportamentos diferentes do nosso filho, como ela não nos ligou, procuramos uma neuralogista-pediatrica, e a seguir passamos para o ramo da psicologia onde foram feitos alguns testes. Nessa altura através do Sistema Nacional de Saúde. Ainda tivemos algumas opiniões também de particulares.
5)O seu filho se relaciona com outras crianças? Caso positivo, como é relacionamento dele com essas crianças?
R: Em criança apenas teve uma amiga, uma menina especial (protetora), de resto não inter-agia quando muito soltava uns gritinhos, ou beliscadelas ( talvez para os afastar).
Mesmo agora em adulto a inter-acção têm de partir quase  sempre do outro a iniciativa da comunicação e continua a não ter amigos (embora cative alguns com a sua pureza), que também funciona no sentido contrário (para afastar)
6)Seu filho participa em actividades recreativas/educativas? Caso positivo quais as actividades?
 R:Ele sempre participou em tudo dentro das suas limitações, e com as adaptações ao que achavamos correctas sempre em sintonia com meio escolar.
Chegou a frequentar os escoteiros, por um curto periodo com sucesso, a tentativa de que fizesse judo não resultou.
Na idade adulta fez remo indoor adapatado com bons resultados, piscina apenas por lazer e com algumas dificuldades. Actualmente apostamos na vertente da representação em que se tem saído muito bem.
7) Ele frequenta escola? Caso positivo como é desempenho dele?Ele estuda em escola pública ou privada?
R:Ele frequentou a escola ( no passado).O desempenho foi médio/ baixo com algumas pequenas excepções a Matemática e a Informática. Frequentou a  escola pública.
8) Que tipo de acompanhamento o seu filho recebe? Ele é atendido em instituições públicas ou privadas?
R: Ele só fez psicoterapia os primeiros dos 6-15 (público)15-22 (particular) 22-26 (interregno) actualmente tem algum acompanhamento mensal (público).
9) Como esse acompanhamento interfere na sua vida familiar?
R: È feito com naturalidade não interfere em nada.
9,a)*Se a pergunta fosse na vida profissional!? interfere muito , existia discriminação pela necessidade de alteração de horário laboral .
10) Como esse acompanhamento interfere nas relações sociais do seu filho?
R:Esta questão não estou a entender?
Se é nas relações sociais com meio geral (versus mundo), não há uma grande relação embora à medida que foi crescendo tenha uma maior vontade de aproximação das pessoas, mas como eu costumo também dizer (está sózinho no meio da multidão), porque poucos o entendem.
Se essa relação social se refere ao duo "terapeuta", psicologo ,paciente, há uma vontade de comunicar e levar assunto de conversa.
11)Você considera que acompanhamento que o seu filho recebe é adequado? Quais as suas sugestões para a sua melhoria?
R: Achei que foi insuficiente, que deveria ter tido outros estimulos ( mas na altura também não se sabia)
As minhas sugestões é agir o mais precocemente possível, numa relação e inter-acção próxima sempre que possível respeitando e indo até  à criança através do seu interesse.
12)Você recebe algum auxilio público para atendimento ás necessidades do seu filho?
R:Não
13)Quais são as expectativas em relação ao tratamento do seu filho?
R:Quando ele era pequeno, é que as diferenças se diluíssem no tempo.
Sendo o meu filho um adulto as expectivas  agora é que ele seja feliz e que lhe dessem oportunidade de ser útil, utilizando as suas capacidades e respeitando as suas dificuldades.
14)Para si faz alguma diferença o seu filho ser diagnosticado como portador de Síndrome de Asperger ou apenas como portador de transtorno autista.
R:Não faz diferença, alías ele não teve este diagnóstico em criança. E a Síndrome de Asperger começou a ser muito conutada com os génios , eu digo que o meu filho não é nenhum génio, apenas genial nas suas particularidades,e não é tão ligeiro assim que lhe permita ter uma vida autonoma e independente, sei que muitos discordam dos novos critérios eu não o meu filho tem PEA ( mesmo sendo de alto funcionamento).

sábado, 16 de janeiro de 2016

" Tanta coisa! Tanta coisa!


Tiram-me do sério as frases *" tanta coisa! tanta coisa", *"tenho uma agenda sobrecarregada".
E as celebres segundas feiras " só ás segundas feiras é que não tenho nada para fazer"
Quando todos dias têm pequenas ocupações incluindo à 2ª. feira.
E esta focagem na segunda-feira deixa o desconcentrado nos outros dias.
Ou porque tem agenda sobrecarregada ou porque não tem nada para fazer (notesse, só á 2ª feira),
*"o tubarão dos encerramentos", o certo é que anda grande parte do tempo distraído neste pensamento.
Neste dia fomos ás compras iamos só para comprar garrafões de água, mas como sempre vem mais coisas  atrás, e só tinha um saco na mala.
Peço ao rapaz para me ir ao carro buscar mais um saco ao banco de trás, nem deve ter ouvido, vai à bagageira e trás-me dois sacos tudo bem , embora só fosse necessário um.
Acho que não fechei o carro , e andava por ali a cigana ( uma que nos tirou artigos dos sacos enquanto arrumava as compras).
Começei logo a desbobinar com ele sua cabeça no ar, não fazes nada de jeito.
E lá bem ele com a ladainha *" tanta coisa! tanta coisa", começo atira-lhe com os sacos, fecha-se dentro carro com medo.
Nestas situações também fico divida e arrependida dos gritos e nomes de o chamar à terra.
E se alguém em quem ele confia e que  o ama incondicionalmente o traí, não têm em quem confiar.
Meu Deus que lua fica aqui tão perto, e ás vezes não aguento.

*Frases dele

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Onde é que está a graça!?


Depois de almoço o nosso "Tocas"* recolhe à sua "Toquinha".
Chamo-o, que ainda falta a sobremesa.
Se quer o doce, que a irmã fez ( lá terá ouvido o pai comentar, que vai ficar diabetico, obseso e outras coisas mais).
E opta po comer tangerinas ( que colhemos no quintal do tio Vitor),  mas come uma grande quantidade delas, e lá volta o pai a dizer que também faz mal  exagerar  e se vai comer aquilo tudo!?
Tudo !Não.  (responde ele)
Porque ainda ficaram muitas na fruteira (pensamos nós) .
Gargalhada geral, onde é que está a graça !?  (pensa ele).

Ainda assim foi  buscar casos dos Batanetes, que conseguiu  relacionar, sem saber muito bem onde que é está a graça, mas ver os outros rir e achar piada pode ser contagioso.


* "Tocas", nome carinhoso com que tratamos cá em casa.
* "Toquinha" o seu refúgio , o quarto.

domingo, 3 de janeiro de 2016

E Agora!?

A cada ano, que passa, chego a esta altura, semi vazia.
E agora!?
Fazemos balanço!?
Não sei, o que se  pode contabilizar, numa situação sempre a mesma coisa.
Sinto-me mais a baloiçar.
O que passou, passou, bom ou menos bom, faz parte do passado.
E agora!?
O futuro !?
Mais um ano, apenas mais um ano.
Ou um  ano novo.
Parámos ou  avançamos, para onde!?
Começar o ano com tanta interrogação, e incertezas...
Também me parece igual.
Não estou supostamente preparada, para  a"mudança", sempre igual, não muda nada, apenas uma folha de calendário.
E agora!?
Fiéis aos nossos principíos e valores, contabilizaremos, mais um ano :)

Aos nossos amigos e companheiros da blogosfera
Desejamos que 2016, seja o concretizar de todos os sonhos, apesar de tudo, sonhar ainda é o que comanda a vida.